O Presidente do Governo dos Açores anunciou hoje, na Povoação, que será lançado até ao final de abril um novo concurso público para o corte, limpeza e replantação de madeira, abrangendo cerca de 100 hectares na ilha de S. Miguel e 60 hectares na Terceira.
“Este é um processo que já iniciamos, que tem ainda muito trabalho pela frente mas, por aquilo que temos visto, tem, efetivamente, condições para poder ser uma aposta ganha”, afirmou Vasco Cordeiro, frisando que a estratégia do Executivo passa por “uma abordagem ao desenvolvimento deste setor naquilo que tem de preocupação ambiental e proteção da biodiversidade, mas também com a defesa da sustentabilidade de toda esta fileira”.
Vasco Cordeiro falava aos jornalistas durante uma visita a uma zona com cerca de 2,4 hectares na freguesia de Água Retorta, concelho da Povoação, inserida no primeiro concurso de corte, limpeza e replantação, lançado pelo Governo dos Açores no ano passado, que abrangeu um total de cerca de 35 hectares.
O Presidente do Governo salientou que se trata de um projeto global de aproveitamento dos recursos florestais da Região, não apenas no que se refere ao aproveitamento comercial da madeira que é cortada, mas também no que envolve a replantação com criptoméria e espécies endémicas, o que permite fazer o ordenamento destas áreas, disciplinando o povoamento florestal e promovendo a preservação da biodiversidade.
O facto de cerca de 70 por cento da madeira cortada na área hoje visitada ser destinada à exportação levou o Presidente do Governo a destacar a importância da certificação da criptoméria dos Açores, que pode contribuir para “acrescentar valor, criar riqueza e criar postos de trabalho na Região”.
“Este é um percurso que não se completa num só dia, num só ano. Nós já o iniciamos, mas há ainda muito trabalho a fazer, desde logo do ponto de vista do aproveitamento das potencialidades que esta madeira tem e, sobretudo, da que tem o selo de certificação”, afirmou, assegurando que o Governo pretende prosseguir com este projeto de aproveitamento dos recursos florestais, “sempre com essa preocupação fundamental de que não se trata apenas de cortar, por isso é que no concurso público é sempre colocada a obrigação de replantar”.
Relativamente ao alargamento deste projeto a outras ilhas, Vasco Cordeiro salientou que é uma questão que deve ser analisada, sempre numa perspetiva de equilíbrio entre a disponibilidade privada e a disponibilidade pública, reafirmando que “a intenção do Governo não é de substituir os privados”.
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GaCS
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