O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente afirmou que a classificação das Fajãs de S. Jorge pela UNESCO como Reserva da Biosfera permite “inúmeras possibilidades que devem ser exploradas”, nomeadamente a utilização desta marca, a que aderiram hoje a cooperativa Uniqueijo e a conserveira Santa Catarina.
“É um passo que estamos a dar, de grande relevância” e que resulta de uma “caminhada” iniciada há cerca de dois anos, sublinhou Luís Neto Viveiros na assinatura dos primeiros contratos de utilização da marca 'Biosfera Açores' nesta ilha.
Para Neto Viveiros, “utilizando as prorrogativas que esse reconhecimento em si encerra, há agora inúmeras possibilidades que devem ser exploradas, entre elas a adesão ou a utilização desta marca por parte das forças económicas” de S. Jorge.
O Secretário Regional, que manifestou “particular satisfação” pela adesão das empresas de maior dimensão da ilha a esta marca, considerou que a sua utilização é uma “mais-valia para os produtos”.
“A Reserva da Biosfera também significa que os Açores ficam registados numa base informática internacional de enorme alcance e permite, por essa via, que os Açores sejam melhor e mais conhecidos no exterior”, potenciando mais visitantes, mais consumo e maior notoriedade dos produtos, frisou.
Nesse sentido, apelou a que mais empresas nas ilhas classificadas como Reserva da Biosfera adiram à utilização desta marca, que acrescenta ainda mais valor à da sua origem, os Açores.
O Conselho Internacional de Coordenação do Programa MaB - Man and the Biosphere (O Homem e a Biosfera), da UNESCO, classificou em março, em Lima, no Perú, as Fajãs de S. Jorge como Reserva da Biosfera, território que passou assim a integrar a Rede Mundial na sequência da candidatura apresentada pelo Governo dos Açores.
A classificação, aprovada por unanimidade e aclamação, contempla áreas de núcleo, de transição e de tampão, abrangendo toda a ilha de S. Jorge e uma área marinha adjacente até três milhas da costa.
Esta iniciativa contou, desde a primeira hora, com a participação de um conjunto de atores locais, designadamente os municípios de S. Jorge, associações e instituições locais, entidades ligadas à investigação científica e às atividades económicas, ambientais e culturais, além de personalidades individuais.
O processo de candidatura, desencadeado em 2014 pela Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, através da Direção Regional do Ambiente, incluiu também cerca de meia centena de cartas de apoio de outros países e regiões que possuem este estatuto.
A ilha de S. Jorge e as suas mais de sete dezenas de fajãs – pequenas planícies junto ao mar que tiveram origem em desabamentos de terras ou lava - constituem um património natural e cultural único no contexto da Região e com enorme potencial de projeção no exterior e de geração de riqueza,
A sua classificação como Reserva da Biosfera constitui, assim, uma oportunidade de afirmação à escala global, acrescentando valor aos produtos e serviços gerados em S. Jorge, pois os relevantes valores naturais, paisagísticos e culturais presentes nestes territórios devem ser potenciados.
A crescente procura das áreas protegidas enquanto espaços privilegiados de atividades e de lazer, representa novas oportunidades de negócio relacionadas com essa fruição e, ao mesmo tempo, acrescenta responsabilidade aos poderes públicos e aos cidadãos em geral na gestão sustentável desses recursos.
As Reservas da Biosfera são zonas dos ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos reconhecidas internacionalmente e concebidas para responder ao desafio de conciliar a conservação da natureza com a procura de um desenvolvimento económico e social e a manutenção dos valores culturais associados.
Nos Açores, há quatro das Reservas da Biosfera existentes em Portugal, nomeadamente as ilhas do Corvo, Flores e Graciosa e, mais recentemente, as Fajãs de S. Jorge.
Os Açores são, aliás, uma das duas únicas regiões do mundo que possuem todas as classificações atribuídas pela UNESCO, sendo a outra a região de Jeju, na Coreia do Sul.
2016.07.17-SRAA-MarcaBiosferaAçores.mp3 |
GaCS
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