
Vítor Fraga, que falava na Assembleia Legislativa durante o debate de uma proposta do PCP para reduzir em 10% a fatura de todos os consumidores de energia, frisou que, nos Açores, existe um universo de 15 mil famílias que podem beneficiar da Tarifa Social e do Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia.
“É aí que temos que pôr o foco. Ajudar aqueles que efetivamente necessitam, sem pôr em causa aquilo que é hoje uma realidade, que é a convergência do tarifário com aquilo que se passa a nível nacional”, defendeu Vítor Fraga, destacando que o número de agregados familiares abrangidos por estes benefícios aumentou mais de 50% desde dezembro de 2013.
Para o Secretário Regional, a proposta em debate, “tal como já foi dito no decorrer desta legislatura, coloca desde logo em causa o equilíbrio económico e financeiro da EDA, que é exigido pelo quadro regulatório”, legitimando a convicção de que “os sobrecustos de produção, distribuição e comercialização que a EDA apresenta estão efetivamente mal calculados”.
Nesse sentido, alertou que podem ficar em causa as transferências da ERSE para a EDA, para efeitos de uniformização do tarifário em termos elétricos nacionais.
Vítor Fraga salientou ainda o “efeito mortífero” desta proposta que, ao levar à redução das transferências da ERSE para a EDA, faria com que os consumidores açorianos corressem o risco de “ter que pagar o dobro do que pagam atualmente na sua fatura de eletricidade”.
Para o Secretário Regional, a proposta é, por isso, “totalmente irresponsável, porque põe em causa aquilo que os consumidores de energia na região hoje pagam”.
O Secretário Regional recordou ainda que o quadro regulatório no qual a EDA está inserida “pressupõe a partilha de benefícios do funcionamento do sistema elétrico nacional através da convergência tarifária e do relacionamento comercial assente em princípios de cooperação e solidariedade de Estado”, esclarecendo ainda que este quadro pressupõe igualmente o equilíbrio económico e financeiro das empresas de distribuição e produção de energia elétrica.
Vítor Fraga frisou que as empresas produtoras e distribuidoras de energia elétrica são empresas de capital intensivo, acrescentando que “não podemos esquecer que, no caso da EDA, no período de 2014 a 2017 tem um plano de investimentos de 177 ME, dos quais 85 ME são destinados a energias renováveis".
"É necessário ter capacidade de investimento e de endividamento tanto no curto, como no médio e longo prazo para concretizar estes planos”, afirmou, salientando que esta proposta “compromete desde logo a tesouraria da empresa, a sua capacidade de endividamento e a sua capacidade de investimento”.
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GaCS
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