O Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, dispõe de um equipamento de ponta na área da segurança e engenharia civil. A parede de reacção instalada no Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC), em Ponta Delgada, é a segunda maior da Europa e a única do género no país.
Um milhão e meio de euros foi quanto o Governo Regional investiu neste equipamento, projecto candidatado a fundos comunitários para o apoio à aquisição de infra-estruturas desta natureza.
Na apresentação da estrutura à comunicação social, José Contente realçou que a partir deste momento o LREC passa a dispor de um equipamento de ponta, “o mais avançado que existe no país e que serve, por exemplo, para medir a resistência dos edifícios a solicitações sísmicas ou a outras solicitações ligadas às construções”.
O LREC está no topo da tecnologia com esta parede de reacção e pode dar um forte contributo para que a nossa construção civil tenha cada vez mais patamares de qualidade e de segurança que estão à nossa disposição para dar mais um passo na segurança dos edifícios na Região.
A parede de reacção é uma infra-estrutura criada no âmbito da investigação em engenharia sísmica e é constituída por uma parede de oito metros com elevadíssima rigidez e inércia e por um sistema hidráulico servo-controlado por actuadores dinâmicos que simulam a magnitude de um sismo.
Com este equipamento consegue-se analisar o comportamento das estruturas de edifícios, construídos à escala real, perante intensa actividade sísmica. “Este equipamentos está à disposição da sociedade e também serve para responder aos anseios do país ou outros países que não disponham deste equipamento. A Europa neste momento não tem muitas estruturas desta natureza e o LREC dá este passo em prol da inovação e do contributo destas novas tecnologias para garantir estudos e experiências ao nível da segurança estrutural dos edifícios”, referiu o secretário regional.
De acordo com o governante, a parede de reacção foi criada para desenvolver projectos de investigação aplicada em engenharia de estruturas e em engenharia sísmica a fim de serem criadas novas tecnologias no domínio da engenharia civil e que possam ser usadas no sector da construção, permitindo a construção, desta forma, de edifícios resistentes à actividade sísmica.
Este equipamento representa, nas palavras do governante, “mais um exemplo de como os Açores vão à frente de modo a poderem dar um contributo ao país, mas sobretudo poderem também exportar conhecimento através de infra-estruturas e de equipamentos modernos, que sejam capazes de responder às solicitações mais exigentes da construção civil, como neste caso acontece”.
Com os ensaios e experiências, de diferentes estruturas, submetidos à influência da parede de reacção, conseguem-se alcançar elevados níveis de segurança nas estruturas dos edifícios a construir e naqueles que vão ser reabilitados, sabendo de antemão quais os mais resistentes perante sismos de intensidade elevada, o que por si, disse José Contente, “conduzirá à diminuição das vulnerabilidades das nossas cidades e vilas e à mitigação dos risco sísmico na Região”.
Questionado sobre se esses ensaios poderiam normalizar legalmente procedimentos e materiais usados na construção civil no futuro, o secretário regional referiu que “se esses ensaios vierem a determinar necessidades de novo grau de segurança diferentes daquele que corresponde à lei geral isso há-de ser matéria a ser legislada pelo Governo dos Açores”.
GaCS/VS
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