O Presidente do Governo dos Açores criticou hoje “os que agora nos aconselham a cortar nas gorduras do Estado na Região” por, como fez questão de sublinhar, não terem percebido “que já o fizemos, e continuamos a fazê-lo, antes ainda deles pensarem nisso.”
Carlos César, que falava na cerimónia de inauguração do troço Termo da Lagoa-Pisão, do Eixo Sul do Projecto SCUT, acrescentou que os que não entenderam essa medida governamental também não perceberam que “o facto de não ter acontecido nos Açores o que aconteceu no país e na Madeira é justamente porque fizemos isso antes e porque o fizemos bem, ao contrário dos outros.”
Para o governante, “os que só agora falam de transparência não percebem que não foram descobertos buracos financeiros nos Açores porque a nossa situação é, e sempre foi, clara, graças à gestão do Governo Regional.”
Criticando os que só agora falam da redução de despesas na aquisição de bens e serviços pela administração regional – quando “deviam saber que essa redução acontece há cinco anos consecutivos, ao contrário do que acontece em outros níveis da administração central e local” –, Carlos César disse também que “os que agora falam de poupanças no sector público empresarial chegam ao assunto com grande atraso.”
O Presidente do Governo justificou com o facto de estar em marcha uma reestruturação, a par com muitas outras medidas já anunciadas pelo Governo Regional – entre as quais referiu a extinção de mais de vinte participações públicas – e disse que “esquecem-se que quando entrei para o Governo Regional, em 1996, havia três trabalhadores privados por cada dois funcionários públicos e agora há seis trabalhadores privados por cada dois funcionários públicos.”
Afirmando que “eles, sim, é que queriam e tinham o Governo em tudo e afogavam a iniciativa privada”, Carlos César reafirmou que “chegam, pois, tarde, os que sugerem os cortes nas despesas, que temos já feito; a transparência, que praticamos; a reestruturação do sector empresarial e a fusão de empresas, que tem sido noticiada e está em curso; e a boa gestão das finanças públicas regionais, que já foi reconhecida pela “Troika” e até pelo próprio Governo da República, o que significa que, em simultâneo, não engordamos o Estado e promovemos a economia e a iniciativa privadas.”
Perante “uma das maiores crises económicas e financeiras de sempre do Estado português, que também se reflecte nos Açores”, gerando um período onde a região terá menos empresas e menos empregos, o Presidente do Governo reitera que as prioridades são as de continuar a honrar compromissos financeiros, ajudar na recuperação das empresas e na manutenção de empregos e manter as medidas de apoio às famílias.
“E isso faz-se através de uma postura activa e interveniente no diálogo social, na concertação empresarial e na facilitação económica”, disse Carlos César, que aludiu também a outras políticas de efeitos estruturais rápidos, como a protecção das produções e das empresas regionais, os apoios à exportação e substituição das importações e o reforço de infra-estruturas de facilitação económica.
Recordando que se está a viver a pior crise internacional dos últimos setenta anos e que é graças às medidas do Governo Regional – tornadas possíveis por uma boa gestão das finanças regionais – que os efeitos dessa crise são menos dolorosos para as famílias, que têm tido o que mais necessitam, e as empresas açorianas, que têm sido apoiadas para resistir.
“Nós cá estamos, cá estaremos e cá continuaremos, para continuar a ajudar”, concluiu Carlos César.
GaCS
Sem comentários:
Enviar um comentário