O Secretário Regional da Saúde lançou hoje um repto a todos os que criticam a falta de médicos de família no arquipélago para que "ajudem a encontrar médicos que queiram vir trabalhar para os Açores".
Luís Cabral, que falava na abertura das XIII Jornadas dos Médicos de Família dos Açores, que decorrem em Ponta Delgada, destacou, no entanto, os esforços que o Governo Regional tem desenvolvido para colmatar esta lacuna, nomeadamente através de incentivos bastante atrativos e apoios aos internos e especialistas que optem pelas unidades de saúde da Região.
O Secretário Regional manifestou a esperança de que esta situação esteja prestes a alterar-se, “uma vez que muitos médicos que entraram nos últimos anos estarão prestes a terminar a sua formação, aumentando a oferta deste recurso especializado”.
A adesão de médicos às 40 horas semanais, de acordo com a nova tabela remuneratória, passando a atender 1.900 em vez de 1.500 utentes, foi outro dos aspetos realçados por Luís Cabral para melhorar a cobertura da população açoriana por médicos de família.
Luís Cabral destacou os esforços que o Executivo tem feito no sentido de que todos os açorianos tenham médico de família, relevando que esta classe de profissionais tem responsabilidades únicas na prestação de serviço na saúde, de âmbito cada vez mais alargado.
Para o Secretário Regional, os médicos de Medicina Geral e Familiar “são a linha avançada do Sistema Regional de Saúde que deteta as situações clínicas mais graves e as encaminha dentro do sistema", o que considerou ser "fundamental para a eficácia do sistema”.
Luís Cabral, tendo em conta o atual contexto socioeconómico, defendeu a necessidade de soluções criativas que façam mais com as verbas disponíveis, daí o objetivo do projeto de reestruturação que está em curso na Saúde e que visa a sustentabilidade do sistema.
Nessa linha, é fundamental construir uma boa rede emergência pré-hospitalar, pois deste modo será possível dar “uma melhor resposta às populações", mas também chegar "cada vez mais rápido às pessoas em casos de acidentes e doenças súbitas" e ter "os hospitais mais disponíveis para tratar as urgências e as situações diferenciadas”.
A promoção da uniformização intra-nível, através do aumento da qualidade e da proficiência em cada serviço ou unidade, utilizando os bons exemplos dentro e fora da Região, bem como a reorganização, através de uma visão integrada, articulando os cuidados de saúde primários com os cuidados hospitalares, são aspetos a ter em conta neste processo.
Na sua intervenção, Luís Cabral deixou ainda um apelo a todos os participantes no seminário que vêm do exterior do arquipélago para que "façam boa publicidade" das belezas e das gentes açorianas, salientando que "talvez consigam convencer alguns colegas a viver, trabalhar e disfrutar do dia a dia nos Açores”.
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