O Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, afirmou hoje, em Fall River, nos EUA, que a questão da redução da presença militar norte-americana na Base das Lajes “não é um assunto encerrado”, frisando que é necessário continuar a trabalhar apesar de a situação atual ser melhor do que a que se registava há alguns meses.
“Entendemos que há alguns aspetos que devem ser trazidos à consideração dos decisores sobre esta matéria para serem reavaliados”, afirmou Vasco Cordeiro, destacando o facto de Portugal ser uma dos mais antigos aliados dos EUA, mas também o impacto que esta decisão norte-americana pode ter “numa economia frágil” como a da ilha Terceira.
O Presidente do Executivo, que falava num encontro com membros da PALCUS (Portuguese-American Leadership Council of the United States), salientou que tem sido possível, nos últimos meses, fazer esse trabalho de sensibilização com o apoio de várias entidades e personalidades, entre as quais vários congressistas e senadores estaduais norte-americanos e o Embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito.
“A continuação deste trabalho pode fazer valer pontos de vista que consideramos que devem ser tidos em conta nesta matéria”, frisou Vasco Cordeiro, para quem “este não é um assunto encerrado, ainda há desafios a vencer”.
Na intervenção que proferiu perante os membros da PALCUS, o Presidente do Governo traçou um quadro da atual situação nos Açores, salientando que o principal desafio que se coloca atualmente à Região é o da criação de emprego, especialmente a criação de emprego jovem para permitir “dar às novas gerações uma perspetiva de desenvolvimento, de realização pessoal”.
“Os Açores têm a segunda mais baixa taxa de desemprego em Portugal, mas ainda é demasiado alta”, afirmou, acrescentando que esta situação resulta especialmente da situação que se regista em dois setores, a construção civil e o turismo.
Vasco Cordeiro apontou a restrição no acesso ao crédito como uma das principais causas para a situação na construção civil, enquanto, no que se refere ao turismo, a situação tem como uma das principais causas a excessiva dependência de alguns mercados, especialmente o nacional.
Para tentar inverter este quadro, o Presidente do Governo referiu a necessidade de um processo de reajustamento das empresas da construção civil, salientando ainda que o Governo pretende ajudar dando” previsibilidade” às empresas na componente pública, numa referência à Carta Regional das Obras Públicas, que calendariza as empreitadas previstas para serem lançadas.
Relativamente ao turismo, o Presidente do Executivo considerou que o principal desafio é “reduzir a dependência” de alguns mercados e o “reposicionamento” do Destino Açores.
“Há sinais animadores desta aposta”, afirmou, salientando que, segundo dados de junho, o número de dormidas nos Açores aumentou 13 por cento, tendo-se registado uma quebra de 8,4 por cento nos turistas nacionais, compensada por uma subida de 27 por cento dos turistas estrangeiros.
GaCS
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