O Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, lançou hoje um apelo à comunidade emigrante açoriana nos EUA para que se mobilize em defesa dos interesses da Região, fazendo sentir aos senadores eleitos pelos respetivos estados a importância de ser reavaliada a decisão da Administração norte-americana sobre a Base das Lajes.
“Este é um bom assunto para mobilizar toda a comunidade portuguesa, toda a comunidade açoriana, no sentido de defender os Açores e a nossa Região relativamente aos efeitos muito nefastos, muito negativos, que essa decisão pode acarretar”, afirmou Vasco Cordeiro, numa entrevista conjunta que concedeu à estação de rádio portuguesa WJFD, ao jornal Portuguese Times e ao Canal 20, de New Bedford, no estado norte-americano do Massachusetts.
Vasco Cordeiro alertou que, se a decisão inicial dos EUA de reduzir substancialmente o efetivo militar na Base das Lajes for concretizada, o seu impacto na ilha Terceira poderá traduzir-se num aumento da taxa de desemprego entre 30 e 40 por cento e numa queda do PIB na ordem dos seis por cento.
O Presidente do Governo reafirmou que este “não é um assunto encerrado”, porque existe, além da decisão da Administração norte-americana, uma votação da Câmara dos Representantes que coloca esta decisão em suspenso durante o ano de 2014.
“Agora temos que continuar a trabalhar porque esta é uma questão que ainda vai ao Senado, que ainda tem que ser aprovada no Senado”, pelo que se torna importante o papel que pode ser desempenhado pela comunidade emigrante açoriana nos EUA junto dos senadores eleitos pelos seus estados.
“Este é um bom tema que deve mobilizar a comunidade no sentido de ajudar os Açores. É este apelo à mobilização dos emigrantes açorianos em defesa da sua terra que eu deixo aqui, no sentido de fazerem sentir aos senadores dos seus estados a importância deste assunto ser aprovado no Senado nos termos em que saiu da Câmara dos Representantes”, afirmou Vasco Cordeiro, salientando que a decisão tomada pela administração norte-americana tem “aspetos que não foram tidos em conta e que precisa de ser reavaliada”, nomeadamente no que se refere aos efeitos que terá na economia da ilha Terceira.
Nesse sentido, apelou “a todos os açorianos para que, junto do senador do respetivo Estado, façam sentir através de email, de carta ou de qualquer outra forma, a imperiosa necessidade de serem tomadas em consideração estes interesses e o impacto que esta decisão poderá causar na frágil economia da ilha Terceira”.
Vasco Cordeiro frisou que “ainda há muito trabalho a fazer para levar a que o Governo americano possa ter em consideração aspetos que, na nossa leitura, não foram tidos devidamente em conta nesta decisão”, mas salientou o “trabalho intensíssimo” que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos meses pelo Governo dos Açores, em colaboração com o Embaixador de Portugal em Washington, Nuno Brito, que tem feito “um trabalho absolutamente exemplar de dedicação e empenho” para a resolução deste assunto.
“Esta recente votação que ocorreu na Câmara dos Representantes muito deve ao empenho e persistência do Embaixador Nuno Brito sobre esta matéria”, elogiou o Presidente do Governo.
Nesta entrevista, Vasco Cordeiro abordou ainda outros assuntos relacionados com a atual situação nos Açores, entre os quais a decisão do Governo Regional de pagar o subsídio de férias antes do prazo definido pelo Governo da República e pelo Governo Regional da Madeira.
“Entendemos que um dos principais problemas que afetam a economia tem a ver com a capacidade de consumo. Se temos a possibilidade de injetar esse dinheiro na economia, temos a obrigação de o fazer o mais rapidamente possível porque isso ajudará as famílias a retomar o poder de compra e, por essa via, poderem contribuir para o relançamento da economia”, afirmou.
O relançamento do turismo, com uma aposta em mercados estrangeiros que permitam reduzir a tradicional dependência do mercado nacional, foi também abordada por Vasco Cordeiro, salientando que este trabalho “está a ter alguns resultados ao nível da recuperação do setor”.
Nesse sentido, considerou que mercados como a Alemanha, Itália, Polónia, Espanha ou França “têm respondido muito bem aos esforço de promoção turística que tem sido feito”.
O Presidente do Governo frisou, no entanto, que a economia regional não vive exclusivamente do turismo, apontando o setor leiteiro e as pescas como outras áreas em que os Açores têm uma boa posição.
GaCS
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