O Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, apelou à união de todos os emigrantes açorianos nos EUA na defesa dos interesses dos Açores contra a decisão do Governo norte-americano de reduzir de forma bastante significativa a sua presença na Base das Lajes, na ilha Terceira, considerando “indiscutível” o papel que as comunidades açorianas podem desempenhar.
“São centenas de empregos, diretos e indiretos, que estão em perigo se esta decisão for adiante como está planeada. É a economia da ilha Terceira e da nossa Região que será bastante afetada com esta decisão, com uma significativa redução do PIB e o aumento do desemprego”, afirmou Vasco Cordeiro, no discurso que proferiu segunda-feira no jantar de encerramento das Grandes Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra, em Fall River, no estado norte-americano de Massachusetts.
“É caso para dizer que já não nos bastava a desgraça da crise económica que a todos atinge para, ainda por cima, termos esta decisão que muito pode prejudicar os nossos Açores”, frisou o Presidente do Executivo, para quem “este é o momento de nos unirmos todos em defesa da nossa ilha Terceira, de nos unirmos todos em defesa dos nossos Açores”.
Por essa razão, Vasco Cordeiro lançou um apelo a todos os emigrantes açorianos nos EUA para “fazerem saber aos senadores dos estados onde residem da importância de apoiarem a Base das Lajes, de apoiarem a ilha Terceira e os Açores neste assunto”.
“A forma como podem ajudar é tão simples como, por qualquer meio à vossa disposição, a título individual ou através das instituições e clubes de que fazem parte, fazerem chegar aos senadores dos vossos estados que é preciso defender a Base das Lajes e que é preciso defender os Açores”, afirmou.
Na sua intervenção perante mais de 400 pessoas que participaram no jantar, Vasco Cordeiro frisou que as Festas do Divino Espírito Santo da Nova Inglaterra “são uma oportunidade privilegiada para a divulgação dos valores culturais que nos distinguem e para a promoção da região que somos”.
“Através deste evento e da sua difusão pelos órgãos de comunicação social, levamos mais longe a riqueza das nossas comunidades, o seu valioso património sociocultural, bem como o nome das ilhas atlânticas que nos unem e onde mergulham as nossas raízes”, salientou.
Para Vasco Cordeiro, “as pontes criadas entre as comunidades e os Açores, através de acontecimentos como o que vivemos, dão uma nova dimensão e abrangência ao arquipélago que, por estes dias, alimentado pela afeição e pela solidariedade, parece perder a sua distância e dispersão, unindo-se através da massa humana que constitui a nossa diáspora”.
“O Governo dos Açores tem procurado apoiar ao longo dos anos a realização destas comemorações, ciente de que esta tradição, quer pela sua dinâmica e prestígio, quer pela sua função agregadora e divulgadora do nosso património cultural, muito contribui para a promoção das comunidades e da Região no mundo”, afirmou, assegurando que o Executivo que lidera está disponível para manter este apoio, com a convicção de que este espírito de celebração contínua e original, unindo o ancestral com o presente, permitirá que as próximas gerações saibam honrar este património, “perpetuando a história e a cultura açoriana na Nova Inglaterra”.
Para Vasco Cordeiro, “a celebração dos Açores nos EUA e, em especial, nesta zona da Nova Inglaterra, não concorre nem limita a afirmação de Portugal neste espaço”.
“Bem pelo contrário, celebrar os Açores é algo que acresce e fortalece os laços que, aos mais variados níveis, o nosso país pode e julgamos que quer estabelecer e fortalecer com a nação norte-americana”, defendeu, lamentando a falta de lucidez e de discernimento de alguns representantes diplomáticos e consulares portugueses nesta matéria.
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GaCS
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