Texto integral da intervenção do Vice-Presidente do Governo, Sérgio Ávila, proferida hoje, em Angra do Heroísmo, na sessão de abertura do workshop Economia Digital e PME:
“Permitam-me que comece por manifestar a minha satisfação por participar neste workshop, não só pela adesão que a elevada assistência comprova, mas também pelo interesse do tema.
De facto, aquilo que vulgarmente assumimos como o digital – cada vez mais presente nas tecnologias de informação e de comunicação – está a tornar-se incontornável, senão mesmo imprescindível, na atividade das empresas.
O digital está presente, não só nos processos de produção, mas também na gestão e na comercialização dos produtos e serviços, possibilitando a otimização de negócios e dos respetivos proveitos.
Graças ao digital, longe vão os tempos em que era difícil e demorado todo o processo de divulgação de informação sobre produtos, de realização da venda e do respetivo pagamento.
Pode até dizer-se que dificilmente haverá sucesso empresarial sem a utilização da panóplia de recursos que o digital permite – e essa é a principal conclusão que, estou certo, resultará deste workshop.
É com essa expetativa que o Governo dos Açores vem promovendo estas oportunidades de reflexão conjunta com os nossos empresários, no sentido de sublinhar a importância do tema e de suscitar uma crescente adesão às novas tecnologias de informação e comunicação, com os consequentes ganhos em termos de sustentabilidade e de competitividade.
Aliás, e como teremos a oportunidade de recordar no decorrer deste workshop, o Governo dos Açores disponibiliza, como sabem, apoios no âmbito do Competir+ para projetos que tenham como componente de investimento a introdução de tecnologias de informação e comunicação.
Trata-se, como também veremos quando, daqui a pouco, se falar em pormenor do Competir+, de um dos vários aspetos daquele sistema de incentivos ao investimento privado.
O apoio à introdução e utilização das tecnologias digitais nas nossas pequenas e médias empresas pretende, mais do que a melhoria, propriamente dita, da sua atividade, dotá-las de meios que lhes permitam recolocar-se perante o desafio da internacionalização e da sua participação efetiva no reforço da capacidade exportadora dos Açores.
A melhoria dos modelos de negócios e promoção de negócios desmaterializados com clientes e fornecedores, através de soluções tecnológicas de gestão de negócios e da utilização das tecnologias de informação e comunicação, são alguns dos passos da caminhada que queremos ver as nossas PME empreenderem e que apoiaremos através do Competir+.
Com os apoios disponíveis, julgamos que será possível aos nossos empresários dotarem as suas empresas de soluções tecnológicas adequadas e, com isso, torná-las mais sustentáveis, competitivas e com maiores ganhos de produtividade.
O Governo dos Açores acredita no tecido empresarial da Região, que tem sido um parceiro valioso e indispensável na luta contra as dificuldades que nos foram impostas, nestes últimos anos, pela situação económico-financeira internacional e nacional.
Implementámos a Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial – em que uma das suas 60 medidas é, exatamente, o fomento da introdução do digital nas PME –, mas é justo reconhecer que o setor privado correspondeu a esse esforço.
Em resultado da Agenda Açoriana, conseguimos chegar até um universo de mais de 33.000 Açorianos e de mais de 2.650 empresas, apoiando, por outro lado, a criação de mais de 330 empresas e de 3.450 empregos, num percurso que não teria esse bom resultado sem a participação decisiva do setor privado.
Estamos no caminho certo – é isso que dizem os números –, mas queremos prosseguir, reforçando medidas e resultados, porque temos a consciência de que há ainda muito por fazer e alcançar.
Queremos, por isso, dotar a nossa economia e as nossas empresas de mais e melhores instrumentos para reforçar a sua competitividade, de que é exemplo relativamente recente a criação da Marca Açores.
Trata-se de uma medida que desejamos possa ser um pilar impulsionador da promoção interna e externa da Região e em que o digital pode ter um papel de extrema importância.
A Marca Açores, ao transmitir uma ideia de qualidade e de proximidade à terra, à natureza, à saúde e ao bem-estar, permite à Região posicionar-se internacionalmente em cadeias de valor acrescentado e em mercados altamente sofisticados, de elevado rendimento.
Mas o cabal aproveitamento das grandes possibilidades da Marca Açores – distintiva de uma região moderna e, ao mesmo tempo, preservada em termos ambientais e ecológicos – passa pela capacidade que cada empresa conseguir desenvolver nesse sentido.
Tornar as nossas empresas mais digitais, mais capazes de chegar a qualquer ponto do mercado globalizado atual, é o objetivo sem o qual a Marca Açores não terá o sucesso pretendido.
É, pois, fundamental impulsionarmos o desenvolvimento da economia digital como fator essencial de inovação e de aumento da produtividade e da competitividade.
E é por isso que deixo aqui uma palavra de estímulo e de desafio a que as empresas açorianas procurem dotar-se dos meios adequados à sua inserção na economia do digital.
O Governo dos Açores quer que as empresas – sobretudo as PME – recorram aos apoios que estão disponíveis e aproveitem o potencial das novas tecnologias.
A globalização e a crescente modernização de processos introduzem, por um lado, maiores possibilidades de negócio e maior velocidade na sua concretização mas, por outro lado, constituem barreiras intransponíveis a quem não estiver preparado.
Parafraseando um conhecido escritor, “não há longe, nem distância” no mundo dos negócios atual, mas isso só será uma vantagem para quem assumir que as tecnologias de informação e de comunicação são hoje intrínsecas a qualquer projeto empresarial.
São indispensáveis aos Açores, como região desenvolvida, empresários com visão e empresas modernas, ao nível do melhor que a tecnologia for criando.
E tenho a certeza de que uns e outras estarão à altura dos desafios que lhes são colocados por um mundo dos negócios em permanente evolução.”
GaCS
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