O presidente do Governo dos Açores declarou-se muito satisfeito com a forma como decorreu a reunião realizada esta tarde, em Bruxelas, entre os presidentes das Regiões Ultraperiféricas da Europa (RUP) e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Carlos César frisou que para o sucesso deste encontro – que se seguiu à XV Conferência de Presidentes das RUP, recentemente realizada nas Canárias, e cujas conclusões apontavam dificuldades das regiões e preconizavam medidas para os solucionar – o conhecimento das questões envolventes das regiões autónomas portuguesas, por parte de Durão Barroso, foi um contributo importante, já que são semelhantes às das outras regiões.
Assim, ficou sublinhada a necessidade, referida pelo próprio presidente da Comissão Europeia, de conferir maiores apoios a sectores-chave da economia das RUP, nomeadamente a produção de bens transaccionáveis, a agricultura, as pescas, a energia, o turismo e os transportes, entre outros.
“Eu espero, tal como ele, aliás, salientou, que todas estas questões, desde as das quotas leiteiras, à produção da banana, ao custo dos transportes, às emissões de CO², etc, possam ser introduzidas, de forma eficaz, no âmbito da presidência espanhola, no primeiro semestre do próximo ano, no memorando que estamos a preparar”, afirmou o presidente do Governo Regional.
Dizendo-se convencido de que a União Europeia irá ajudar, com maior vigor, as suas regiões ultraperiféricas a saírem da crise económica e financeira internacional que também as atinge, Carlos César reforçou essa ideia com o facto de os montantes em causa serem, do seu ponto de vista, verdadeiramente negligenciáveis.
Para o governante açoriano, “ter fronteiras fortes” e “assegurar a coesão europeia” é uma determinante de uma boa política comunitária, pelo que pensa que “isso será, naturalmente, absorvido pela Comissão Europeia e muito valorizado pela presidência espanhola.”
Referindo-se, por último, à questão da anunciada abolição do regime de quotas de produção de leite, afirmou que, a concretizar-se, essa não será uma boa medida para os agricultores europeus – quer em termos de produção, quer no âmbito da comercialização – podendo mesmo conduzir a fenómenos de desregulação que já se verificaram com outros produtos.
Advogou, no entanto, que “devemos trabalhar como se essa fosse a certeza e não como se isso fosse superável, para não sermos surpreendidos, e prosseguir na modernização com meios maiores do que certamente aqueles que foram agora alocados com esta última decisão dos 280 milhões de euros.”
GaCS/CT
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