Carlos César considera que “nós não vamos admitir nos Açores a vitória de uma estratégia de destruição da Autonomia à custa da leviandade com que a Madeira está a ser dirigida. Nós não vamos admitir isso”, enfatizou.
O Presidente do Governo dos Açores falava aos jornalistas à margem da cerimónia de lançamento da primeira pedra de um investimento turístico na ilha de Santa Maria e comentava deste modo as notícias hoje divulgadas da descoberta de mais um buraco financeiro na Madeira.
Carlos César acrescentou que “nós somos responsáveis, temos procurado gerir da forma mais adequada, e com o maior sentido de responsabilidade possível, os Açores. Não temos o dinheiro que precisávamos para fazer inúmeras coisas, não fazemos muitas coisas porque não as podemos pagar, mas não admitimos que aquilo que é o acervo de competências da Autonomia, que aquilo que é a ideia forte de que a governação próxima é a mais eficaz do que a governação distante seja destruído”.
“De resto”, alertou, “não há alternativa no quadro do país às autonomias regionais”.
Carlos César considera a Madeira “um caso de comentário difícil”. Segundo disse, “não há nenhuma razão para que se considere que, do ponto de vista do código genético de um gestor de finanças regionais há maiores perigos do que de um gestor de finanças locais ou das finanças da República. Há bons e maus governos regionais, bons e maus governos locais, bons e maus governos da República. Há políticos que, nos governos regionais, devem ser condicionados, há ministros das finanças que levaram o país à bancarrota, há autarcas que deixaram as suas câmaras com uma mão à frente e outra atrás”.
Para o Presidente do Governo dos Açores, “não é a lei que resolve isso, é o bom senso e um enquadramento geral que a todos deve obrigar. Por isso não percebo porque é que se fala de Lei de Finanças Regionais. Além disso, é claro para mim o seguinte: o facto de a Madeira ser um mau exemplo isso não faz condenar as autonomias regionais. Porque o facto da Grécia ser um mau exemplo, isso não faz condenar a existência de estados soberanos. Portanto, caso a caso é que as coisas têm de ser resolvidas”.
Ainda sobre esta matéria, referiu que “se há necessidade de um enquadramento geral, eu desconfio tanto do Secretário Regional das Finanças da Madeira como do Ministro das Finanças de Portugal ou como dos responsáveis financeiros da União Europeia”.
Comentando também os últimos indicadores do desemprego hoje revelados, Carlos César considera que “revelam aquilo que é uma tendência quase universal, infelizmente, e que também se revela nos Açores, que é um aumento do número de desempregados. Revela que os Açores têm 7100 desempregados e a Madeira tem cerca de 17200, que em cada mil habitantes nos Açores , 28 são desempregados , em cada mil habitantes na Madeira, 68 são desempregados e em cada mil habitantes no país, 53 são desempregados. O que significa que, ainda assim, nós temos uma incidência do desemprego, felizmente, muito menor do que acontece no resto do país e na Região Autónoma da Madeira”, concluiu.
GaCS
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