terça-feira, 18 de outubro de 2011

Comparticipação dos custos com papel favorece os grandes jornais


O Secretário Regional da Presidência acusou hoje o PSD/A de estar a pensar sobretudo nos “grandes jornais”, geralmente associados a empresas gráficas, quando defende a comparticipação governamental dos custos com o papel.


Este sistema, que já vigorou e não funcionou, é susceptível de abusos que se verificaram de facto no arquipélago, afirmou André Bradford no parlamento açoriano durante a discussão de um projecto de Resolução sobre “medidas extraordinárias” aos órgãos de comunicação social privados, proposto pela bancada social-democrata.


“Quando se está a pensar num apoio dirigido ao papel está-se a pensar sobretudo nos grandes, nos que menos precisam de apoio, e menos naqueles que fazem jornais de tipo mais rudimentar, que concessionam serviços a terceiros e, portanto, que não têm gráficas nem compram papel”, argumentou o governante.


André Bradford criticou também o facto do PSD, na “ânsia de participar na fotografia” da resolução do problema, pretender igualmente estender os apoios aos encargos com pessoal, nomeadamente por via das contribuições para a Segurança Social.


Quando ao apoio às empresas que fazem a distribuição de jornais porta-a-porta, também proposto pelo PSD, o Secretário Regional da Presidência sublinhou que esse apoio nada ter a ver com os jornais.


O custo da distribuição, se for feito pelos CTT, já é comparticipado pelo Governo, lembrou André Bradford, que acusou os deputados sociais-democratas de estarem a pensar nas empresas que distribuem jornais e não nas empresas que fazem jornais.


De resto, exemplificou André Bradford, o Governo já teve de recusar duas candidaturas à distribuição, ambas do mesmo jornal, “porque esse jornal decidiu a meio do ano substituir o envio pelos CTT por uma empresa que fazia esse serviço especificamente” mas com um custo que era duas vezes superior ao da distribuição postal.


Para o governante, esta iniciativa do PSD, que surgiu como “uma resposta apressada à acção do Governo, apresenta-se como um diploma vago, exemplificativo e não quantificado, não deixando também perceber que impactos teria no caso de ser aprovada.



GaCS

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