O Secretário Regional da Agricultura e Florestas alertou, hoje na Horta, para a necessidade de se “reinventar a abordagem funcional dos espaços florestais e resolver o paradigma da conservação das espécies da flora natural, através da valorização e potenciação do uso destas espécies para obtenção de produtos e serviços diferenciados e sustentáveis”.
Declarações de Noé Rodrigues na sessão de abertura das VI Jornadas Florestais Insulares, na qual revelou que uma das prioridades do Governo dos Açores se focaliza no programa de melhoramento florestal, que é fundamental para reforçar conhecimentos sobre silvicultura e, em particular, sobre condução e gestão de povoamentos florestais, aspetos fundamentais para cativar agentes investidores para a utilização de espécies com valor económico acrescido, em particular das plantas endémicas dos Açores.
No caso dos Açores, os serviços Florestais desenvolvem um trabalho “pioneiro, de sistematização da produção em viveiro de plantas endémicas de qualidade, que disponibilizam e divulgam também como contributo fundamental para a conservação e melhoria destas espécies”.
Por outro lado, continuou o governante, “o ordenamento e gestão dos espaços florestais, numa paisagem humanizada como a nossa, assume um valor inexcedível no equilíbrio dos modelos de ocupação territorial, em particular na interligação funcional de usos do solo, com os povoamentos florestais a desempenharem uma função estruturante para os demais usos e atividades”.
O papel que se reserva aos Serviços Florestais nos Açores já não se contém nos compromissos de proteção dos recursos naturais da água e do solo, do ordenamento do território, da produção sustentável de recursos lenhosos, do emprego ou do ordenamento e gestão de pastagem baldia tendo igualmente de “enfrentar novos desafios e dinâmicas no fomento florestal, dando novas respostas às questões da eficiência e competitividade do setor florestal, melhorando o conhecimento e gestão dos múltiplos serviços que ele nos presta, dirigindo-lhe, por outro lado, novos instrumentos, nomeadamente no âmbito da informação georreferenciada, da certificação da exploração planeada e da qualidade”.
Nos Açores há floresta com importância produtiva e económica que, sendo também fundamental à preservação dos recursos naturais e ambientais, exerce função relevante no ordenamento do território, possuindo uma dimensão lúdica e recreativa de interesse para fortalecer a empatia das populações com a floresta.
A Gestão Sustentável da Floresta é o passo que está a ser dado uma vez que, sendo essencial à valorização dos produtos e serviços gerados pelos espaços florestais, tem de contar com a divulgação da sua importância para a apresentação de Produtos de Origem Controlada, como resposta a mercados crescentemente exigentes e comprometidos com a certificação florestal.
Finalmente, Noé Rodrigues salientou que “a Estratégia Florestal dos Açores, visando reforçar a autonomia e sustentabilidade da nossa floresta pela melhoria da sua competitividade e valor económico, salvaguardará, do mesmo passo, o ambiente, o desenvolvimento rural, o ordenamento do território e a proteção, valorização e gestão dos seus recursos naturais e contará, em breve, com o Plano Regional de Ordenamento Florestal”.
2012.05.21-SRAF-JornadasFlorestaisInsulares.mp3 |
GaCS
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