sábado, 21 de julho de 2012

Carlos César diz que novo acesso à Fajã do Calhau é investimento de elevado valor ambiental, arquitetónico e económico


“Um investimento de elevado valor ambiental, arquitetónico e económico na perspetiva agrícola e turística, de valorização da Água Retorta e enriquecimento do concelho da Povoação”. Foi desta forma que o Presidente do Governo considerou o investimento feito no novo caminho de acesso à Fajã do Calhau, hoje inaugurado na freguesia da Água Retorta.

O caminho da Fajã do Calhau tem início no lugar das Fagundas e tem uma extensão de 2.225 metros. A construção do caminho da Fajã do Calhau é uma reivindicação muito antiga da comunidade de Água Retorta, que muito acarinha “a sua” Fajã, mas cujo acesso era particularmente difícil e inseguro.

Os trabalhos de execução da obra envolveram grandes movimentações de terras, exigindo a construção de vários taludes. Acautelando a necessidade de recuperar a zona intervencionada, o Governo elaborou um plano de recuperação da vegetação potencial da Fajã do Calhau com incidência em quatro áreas distintas: taludes, zonas de proteção ao talude, banqueta e vertente adjacente à faixa de rodagem que confina com o mar.

A Fajã do Calhau, que conta agora com mais de uma centena de habitações e diversos terrenos de cultivo junto ao mar, é uma fajã de grandes tradições e de grandes evocações. Já no século XVI Gaspar Frutuoso a mencionava, aludindo à fertilidade da sua terra, onde outrora se cultivava o trigo, mais tarde o pastel e depois culturas de vinha, primeiro o verdelho e depois o vinho de cheiro.

“Mas”, considerou Carlos César, “nunca subsistiram duvidas quanto à grande vocação para a produção agrícola nesta fajã, à semelhança de outras, e este caminho também de certa forma recupera esse potencial produtivo.  E abre novas oportunidades para a freguesia de Água Retorta, do ponto de vista da sua atratividade, da sua notoriedade para os visitantes e também para as áreas do turismo rural e da natureza. São um conjunto de oportunidades que se abrem com a abertura deste caminho”.

Para o Presidente do Governo esta é “uma motivação para resgatar esta fajã do abandono que ela teve nos últimos anos devolvendo-a ao povo da Água Retorta e a todos os que agora a poderão visitar”.

O resultado desta obra é desde logo evidenciado pelos bons níveis de segurança do acesso construído, mas esta foi uma obra de execução complexa feita de acordo com as disponibilidades dos serviços florestais ao longo destes últimos anos.

A área total de intervenção do plano de recuperação do coberto vegetal da Fajã do Calhau é de 28 hectares tendo-se plantado 21.600 plantas endémicas. Desenvolveu-se simultaneamente um plano de recuperação do coberto vegetal. Para Carlos César trata-se de “uma obra que podemos classificar como de restauro e de investimento na valorização ambiental”.

O Presidente do Governo acrescentou que é “uma obra de que todos os ambientalistas, todos aqueles que gostam da preservação da natureza, da valorização dos nossos recursos naturais, devem estar orgulhosos. Dou, por isso, parabéns a todos eles e em particular aquelas pessoas que aqui vivendo mais perto passam a ter um motivo renovado e reforçado de orgulho neste lugar”.

Carlos César concluiu afirmando que “viemos aqui mostrar aos açorianos como os povoacenses, os habitantes de Água Retorta e aqueles que cuidam da nossa natureza estão orgulhosos e fizeram um bom trabalho. Temos boas razões para nos congratularmos com a obra feita. Todos os que aqui estão e todos os que, a partir de agora podem aqui estar vivenciando este lugar. Estão compreendidos e perdoados os que duvidaram, estão felizes todos os que agora podem desfrutar deste lugar”.

A inauguração terminou em festa na fajã com um almoço oferecido e partilhado pela comunidade e musica tradicional cantada e tocada pelo grupo local “Sol Nascente”. A Associação dos Amigos da Fajã do Calhau agraciou o Presidente do Governo com o título de Sócio Honorário.


Anexos:
2012.07.21-PGR-InauguraçãoFajãCalhau.mp3


GaCS

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