Texto integral da intervenção do Vice-Presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, proferida hoje, na Lagoa, na cerimónia de entrega de certificados do programa FIOS:
“É com muita satisfação que presido a esta cerimónia de entrega de certificados de participação no programa FIOS.
Termina hoje, para 248 cidadãos açorianos, um trajeto de aquisição de competências ao nível técnico e pessoal, que – assim o esperamos – contribuirá decisivamente para a sua participação ativa na construção do próprio futuro e para a sua integração plena na comunidade.
É importante, eu diria imprescindível, que todos participemos, na medida das nossas capacidades, na solução dos problemas que a Região enfrenta, contribuindo, o melhor que pudermos, para a eliminação das desigualdades e, com isso, melhorarmos e aprofundarmos o nosso regime democrático e a nossa Autonomia.
O Governo Regional, no entendimento de que essa é a obrigação de todos – a começar por ele próprio –, tudo tem feito, com persistência e dedicação, para desconstruir estigmas que ainda surgem associados a pessoas, grupos sociais ou famílias que apresentam maiores carências.
Fizemos na última década e meia um percurso de recuperação de uma situação que se caracterizava por grande insensibilidade e inaceitável abandono, por parte dos poderes públicos, em relação a quem precisava de apoio para se integrar, para se valorizar, para participar na construção do futuro coletivo.
Temos consciência do que ainda falta percorrer nesse caminho que as medidas de implacável austeridade do Governo da República – aprovadas pelo PSD e pelo CDS-PP – tornaram muito mais difícil a todos os portugueses, mas, com o nosso empenho e a nossa dedicação, temos a certeza de que iremos consolidar um presente que continua prometedor e construir um futuro melhor.
“Formar, Inserir e Ocupar Socialmente” é o desígnio que preside ao programa que aqui nos traz hoje e que, aliás, lhe dá o nome.
A promoção da inserção sócio profissional e o combate ao desemprego de longa duração e à exclusão presidiram à criação do programa e têm constituído, desde então, os eixos centrais de uma ação que visa a qualificação de beneficiários de Rendimento Social de Inserção, com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, com habilitações literárias até ao 9.º ano, sem condições e requisitos para integrar o mercado normal de trabalho.
Trata-se, como é evidente, de um instrumento de valorização pessoal, académica e profissional que exige dos abrangidos um indispensável empenho na sua própria formação e uma vontade clara de contribuir para a resolução dos seus próprios problemas.
É com gosto que verificamos que, nos últimos dois anos, dos 1.500 beneficiários do RSI que foram abrangidos pelo programa FIOS, mais de metade foi integrada no mercado de trabalho, o que significa melhor qualidade de vida e melhores perspetivas de futuro para cerca de 800 pessoas.
Aliás, é bom realçar que, graças a uma interação com a Rede Valorizar, alcançaram o 4.º ano de escolaridade todas as pessoas que, entre essas mil e quinhentas, não possuíam esse nível mínimo de habilitação académica e, por consequência, viam como muito escassas as suas hipóteses de conseguir um emprego.
Devo aqui realçar que o Governo Regional contou com a importante colaboração das entidades promotoras que, desde a primeira hora, aderiram ao FIOS e sem as quais seria impossível atingir os níveis de sucesso que o programa alcançou.
Foi com essa cooperação, tendo em vista o bem comum e o desenvolvimento socioeconómico dos Açores, que foi possível concretizar um projeto que envolveu, na sua preparação, parcerias entre os serviços de emprego, a Ação Social, as entidades e os beneficiários, para que fossem tidos em conta todos os aspetos e especificidades locais, profissionais e pessoais de cada interveniente.
Os técnicos do Emprego e da Ação Social, que diariamente acompanham estas pessoas e as ajudam de forma continuada na sua caminhada para a integração social, desempenham igualmente uma função fundamental no contexto do FIOS.
E, hoje, quando assinalamos o final de mais uma ação de formação, esta envolvendo as 248 pessoas que aqui se encontram, não podemos deixar de nos congratular com o seu e nosso sucesso.
Até ao final do ano ainda vão finalizar ações semelhantes mais 210 pessoas, significando isso que 516 beneficiários do Rendimento Social de Inserção, só das ilhas de S. Miguel e de Santa Maria, estiveram, estão e estarão inseridos nas suas comunidades, dando o seu contributo para o desenvolvimento local em cerca de 100 entidades diversas, e, ao mesmo tempo, promovendo a sua própria valorização profissional e social.
Como sublinhei há pouco, grande parte do sucesso do programa FIOS – talvez a parte mais substancial – tem de ficar à responsabilidade dos beneficiários, sem cuja vontade de mudar de vida essa mudança não será possível.
Como sempre tem feito e continuará a fazer, o Governo dos Açores será o apoio de quantos dele precisarem para iniciarem a sua caminhada para um futuro melhor”.
2013.06.26-VPGR-ProgramaFIOS.mp3 |
GaCS
Sem comentários:
Enviar um comentário