O Diretor Regional das Pescas afirmou que as obras de beneficiação do Porto dos Carneiros, no concelho de Lagoa, em São Miguel, vão começar em julho, num investimento de cerca de 80 mil euros que tem um prazo de execução de 90 dias.
“Vamos beneficiar a atual rampa de varagem, construir uma nova rampa e remodelar a casa do guincho, concretizando assim um desejo dos pescadores da Lagoa, mas, acima de tudo, satisfazendo uma necessidade para todo o setor das pescas na ilha de São Miguel”, frisou Luís Costa.
O Diretor Regional, que falava sexta-feira na apresentação do livro "Pesca do Bacalhau - de São Miguel à Gronelândia e Terra Nova" - diário de bordo de João Carlos Caetano, salientou que a intervenção vai permitir a “melhoria das condições de operacionalidade" daquele porto, onde “reside uma das mais emblemáticas comunidades piscatórias dos Açores”.
Na sua intervenção, Luís Costa recordou que “o setor das pescas contribui atualmente com mais de 20 por cento para o total das exportações, sendo a atividade com maior impacto nos recursos marinhos e o garante da coesão territorial de dezenas de pequenas comunidades distribuídas pelas nove ilhas dos Açores”.
Luís Costa referiu que “mais de 90 por cento do pescado descarregado em lota é produto de uma pesca tradicional e artesanal, utilizando aparelhos de linhas e anzóis, com impactos mínimos sobre o meio marinho e originando produtos de grande potencial em termos de qualidade que urge valorizar”, acrescentando que esta é uma das prioridades do Executivo Regional para este setor.
O Diretor Regional das Pescas defendeu, contudo, uma maior organização e diversificação do esforço de pesca, através da captura “de espécies ainda não exploradas, aproveitando assim todo o potencial do Mar dos Açores” e assegurando também, desta forma, a recuperação e manutenção de 'stocks'.
Por outro lado, Luís Costa garantiu que “o Governo dos Açores quer assegurar um maior desenvolvimento sustentável” das comunidades mais dependentes da pesca.
“Pretendemos melhorar a qualidade de vida das nossas gentes, promovendo a diversificação das suas atividades económicas e sociais tradicionais. Para que, partir para outras paragens, seja uma escolha para quem o faz e não uma emigração forçada por falta de meios de vida na sua terra no nosso mar”, afirmou.
O incremento da pesca-turismo, como contributo para o desenvolvimento socioeconómico das comunidades piscatórias, foi um dos exemplos dados pelo Diretor Regional, salientando que já está a ser desenvolvida como atividade complementar nas ilhas Terceira, São Jorge e Pico.
GaCS
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