O Secretário Regional da Educação e Cultura considerou hoje, em Angra do Heroísmo, que o dia 2 de março “bem poderia ser o Dia dos Açores”, numa referência aos 120 anos que se assinalam sobre a promulgação do primeiro decreto que instituiu um regime de autonomia administrativa no arquipélago.
“Se o culto do Espírito Santo não fosse a verdadeira religião do povo dos Açores, por ser uniformemente celebrado de uma ponta à outra do arquipélago e por ser diferentemente celebrado de uma ponta à outra do arquipélago, quase em exercício de conciliação entre a diversidade que nós somos e a unidade que nós queremos ser, hoje podia muito bem ser o dia dos Açores”, afirmou Avelino Meneses.
Numa intervenção na sessão de abertura da exposição 'A Terceira e Angra do Heroísmo. Momentos da vida de um património arquitetónico', recordou que a implementação do decreto autonómico em Ponta Delgada, em 1896, e em Angra do Heroísmo, em 1898, não foi acolhida no distrito da Horta porque “a verve autonómica da altura não era geral, sendo antes um propósito dos maiorais de S. Miguel defensores de interesses próprios, também paladinos de aspirações coletivas, tudo isto vertido na defesa do ideal da livre administração dos Açores pelos Açorianos”.
“Volvido mais de um século deste acontecimento, estamos no tempo do reconhecimento. Do reconhecimento do avanço e da utilidade da Autonomia, embora ela demande amparo, embora ela careça sempre de consolidação", frisou, acrescentando que "de fenómeno administrativo, a Autonomia converteu-se em processo político com a promulgação da Constituição da República Portuguesa de 1976”.
Para o Secretário Regional da Educação e Cultura, a autonomia “de projeto de uns tantos homens, de umas tantas ilhas”, converteu-se “em realidade de todos os homens de todas as ilhas”, para finalmente se transformar “de esperança em expediente de desenvolvimento, por outras palavras, em garantia de um futuro sempre melhor”.
Por outro lado, referindo-se à temática da exposição, Avelino Meneses garantiu que, face à análise do passado que “favorece a compreensão do presente e, sobretudo, a projeção do futuro”, os terceirenses e, particularmente, os angrenses “dispõem de um potencial incomensurável de progressão”.
“Depois de terem sabido criar uma cidade ímpar de beleza e de conforto, e, sobretudo, depois de terem ajudado a Humanidade na abertura de novos horizontes, hão-de encontrar a melhor via de concretização dos propósitos imutáveis da vivência em comunidade: a liberdade, a justiça e a felicidade”, afirmou.
A exposição, constituída por 81 fotografias da ilha Terceira, particularmente da cidade de Angra do Heroísmo, é da autoria do arquiteto António Menéres, apresentando imagens que refletem as transformações ocorridas neste espaço, durante um vasto período de mais de 30 anos, incluindo fotografias anteriores ao sismo de 1980, detalhes da reconstrução urbana, imagens aéreas da cidade e da ilha ou ainda fotografias da linha costeira, captadas a partir do mar.
A exposição 'A Terceira e Angra do Heroísmo. Momentos da vida de um património arquitetónico' estará patente, na galeria do Palácio dos Capitães-Generais, até 17 de abril.
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GaCS
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