O Vice-Presidente do Governo dos Açores afirmou hoje, em Angra do Heroísmo, ser “fundamental” que os agentes económicos e sociais “minimizem a escala reduzida e a dispersão” do território regional.
Sérgio Ávila, que falava na abertura do seminário que assinalou o lançamento do novo período de cooperação territorial Madeira-Açores-Canárias, apontou a “cooperação com os parceiros externos”, bem como “a internacionalização das atividades”, como meios para a “integração da sociedade em espaços mais amplos”.
Na sua intervenção, o Vice-Presidente salientou que o Governo dos Açores criou recentemente legislação para reforçar o apoio à internacionalização do tecido empresarial regional.
“Trata-se de um conjunto de apoios financeiros às empresas, dirigido para o conhecimento e a preparação no acesso a novos mercados, promoção da presença internacional das empresas regionais, ações de capacitação para a internacionalização, de prospeção e de divulgação, com o objetivo final de reforçar e capacitar as empresas açorianas na abertura aos mercados externos”, afirmou.
Para Sérgio Ávila, a condição de região ultraperiférica dos Açores impede o acesso direto “aos benefícios das redes transeuropeias” e dificulta a entrada nos “grandes mercados continentais e nos centros e polos da produção económica, do conhecimento e da investigação”.
O Vice-Presidente frisou que, para além disso, “o sucessivo alargamento da União Europeia, gerando novas centralidades, de novos centros de decisão e de novos interesses, tem ameaçado as regiões mais afastadas, mais fracamente povoadas e com menor potencial económico”, o que é necessário contrariar.
“Políticas públicas reforçadas e orientadas para a abertura e o crescimento em espaços alargados” constituem, segundo Sérgio Ávila, um caminho a seguir, sendo uma boa opção o aprofundamento da cooperação entre as regiões da Macaronésia através de programas como o que hoje foi relançado, com novo período até 2020.
O Vice-Presidente recordou que, desde o início do programa, foram aprovadas “mais de duas centenas de candidaturas, integrando parceiros açorianos em domínios de cooperação inter-regional e transnacional tão diversos como o ordenamento do território, os transportes e comunicações, a investigação científica, a proteção ambiental, o desenvolvimento cultural e a cooperação institucional”.
“Com a execução, no terreno, dos projetos aprovados, fortaleceram-se os laços nesta fronteira da Europa, registando-se, paralelamente, uma maior visibilidade e destaque da importância estratégica destas três regiões ultraperiféricas no quadro da União Europeia”, frisou Sérgio Ávila.
No atual período de programação de política de coesão 2014-2020 será, por isso, reforçada a relação com países e territórios próximos das regiões europeias, designadamente com a Mauritânia, o Senegal e Cabo Verde.
“Quero assinalar que, no caso dos Açores, assume vital importância a sua posição particular no Atlântico Norte como uma plataforma logística natural, a meio caminho entre a Europa e as Américas”, disse o Vice-Presidente, para quem é muito elevado o potencial da Região nesta matéria.
Sérgio Ávila considerou também que “a diáspora açoriana permite dispor de parceiros e agentes nas Américas, não só ao nível da preservação da cultura e dos laços de ligação à origem, mas também, e com crescente relevância, na área da economia, com interlocutores com peso em ramos da economia, da ciência, da administração pública e da governação dos países de residência”.
GaCS
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