O Bloco de Esquerda acusou hoje o Governo Regional dos Açores de "apoiar uma ilegalidade" ao participar numa escalada à Montanha do Pico que envolve 400 pessoas, quando apenas são permitidos 160 visitantes em simultâneo.
"O governo regional, por um lado, regulamenta e, por outro, é o cúmplice do seu incumprimento", considera o BE/Açores, referindo-se à participação de um membro do executivo regional no Festival de Actividades promovido pela empresa privada Epicentro, que inclui uma escalada ao ponto mais alto de Portugal.
A agenda oficial do governo, distribuída aos órgãos de comunicação social ao final da tarde de sexta-feira, indica que "o secretário regional da Saúde participa nas actividades que decorrem na ilha do Pico, organizadas pelo Epicentro, nas quais está incluída uma escalada à montanha".
"Estamos perante uma iniciativa que não cumpre o Regulamento de Acesso à Montanha da Ilha do Pico, publicado a 3 de Agosto deste ano, em Portaria Regional da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, o que coloca o governo regional como parceiro e apoiante de uma ilegalidade", denuncia o BE/Açores.
Os bloquistas recordam que, nos termos daquela portaria, o percurso da subida à montanha apenas pode ter uma carga máxima de 160 visitantes em simultâneo.
Apesar de admitir que, neste caso concreto, "não será cumprida", o BE/Açores considera que "a regulamentação do acesso à Montanha do Pico, enquanto reserva natural, é fundamental".
Nesse sentido, o BE/Açores salienta "não compreender a passividade de uns e a cumplicidade de outros" perante uma iniciativa que "desconsidera a fragilidade ecológica e geológica" daquela montanha.
A subida ao Pico, a 2.351 metros de altitude, demora cerca de quatro horas e é feita por um trilho oficial com cerca de 3.800 metros de comprimento, considerado de nível médio de dificuldade.
Desde o início do ano, já atingiram o cume da montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, mais de 1.700 pessoas.
Fonte: Expresso
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