O Presidente do Governo dos Açores disse esta manhã esperar que “esta fase que o país atravessa e todas as obrigações a que o pais ficará sujeito com a ajuda externa a que teve de recorrer não ponham em causa estas disponibilidades e estas missões indispensáveis à dignidade e à coesão social.”
Carlos César falava na cerimónia de inauguração do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) da Santa Casa da Misericórdia da Povoação, uma infra-estrutura para apoio a 25 pessoas com necessidades especiais que ficou instalada numa escola primária entretanto desactivada e que representa um investimento governamental de 410 mil euros na sua remodelação e apetrechamento.
Para o governante, neste tempo de dificuldades, aqui e em quase todo o mundo, “mais se torna importante apurar a nossa sensibilidade e utilizar criteriosamente todos os recursos que conseguirmos para não só apoiar o emprego, as famílias e as pessoas mais necessitadas, mas também para concretizarmos investimentos que sejam social e economicamente reprodutivos.”
O Presidente do Governo apontou o CAO que acabava de inaugurar como um exemplo desses investimentos economicamente reprodutivos, mas também referiu “o Centro de Artes Contemporâneas, que será uma âncora do ponto de vista da actividade turística e da ocupação daqueles que nos visitam e, até, de valorização do nosso património criativo e cultural.”
Advogando a necessidade de haver critério nos investimentos – o que é fundamental quando os recursos escasseiam – disse que a obra inaugurada é “um exemplo da nossa disponibilidade empreendedora e do cumprimento dessas orientações e dessas preocupações.”
Carlos César referiu, a propósito, que o Governo Regional vai abrir, já no próximo mês de Junho, o concurso para a obra de ampliação do Lar de Idosos da Povoação, o que permitirá acolher ali mais quarenta pessoas.
Trata-se de mais um reforço à rede regional de apoio social, a qual, como também referiu, passa a ter, com o CAO hoje inaugurado, um total de dezassete Centros de Actividades Ocupacionais, uma realidade que é bem diferente da que encontrou quando chegou ao Governo.
“Parecia que a estatística nos iludia, porque, não havendo instituições desta natureza – precisamente, havia apenas uma nos Açores – parecia que o fenómeno não existia”, disse Carlos César, para logo adiantar que, “isso hoje causa-nos uma grande tristeza, porque, evidentemente, o fenómeno existia.”
Como sublinhou, até existia numa maior dimensão, porventura, não havendo, isso sim, quem cuidasse das pessoas com necessidades especiais, “o que significa que durante muitas gerações e durante muito tempo todas essas pessoas viveram em desprotecção, entregues, sabe-se lá como, ao seu próprio destino.”
Realçando que “agora o tempo é diferente”, afirmou que “aproveitamos todas as nossas disponibilidades e todas as nossas folgas orçamentais para acudir aqui e ali e para melhorar a resposta em domínios como este, que é o das pessoas portadoras de deficiência.”
Mas, como também fez questão de acentuar, todos os esforços neste âmbito podem ter ainda melhores resultados quando as entidades públicas e privadas se conjugam e querem juntas trabalhar, como foi o caso do entendimento entre o Governo, a Câmara da Povoação e a Santa Casa da Misericórdia daquela vila.
Revelando que o Governo, apesar de apoiar todos os equipamentos sociais da região, não gere directamente nenhum deles, Carlos César frisou que “isto significa que adoptámos um modelo de intermediação na prestação do serviço social, que é feito através dessas instituições independentes, as quais devem procurar associar aos seus funcionários e aos seus colaboradores remunerados o maior número de pessoas em regime de voluntariado.”
Para o Presidente do Governo, isso congregará “uma participação social mais importante, com uma maior componente cívica na prestação destes relevantíssimos serviços.”
GaCS/CT
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