O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou hoje, no Parlamento açoriano, que a proposta do PSD para criação do Observatório do Leite e Produtos Agro-Alimentares representaria uma “duplicação de serviços”. Não é necessário constituir um observatório para fazer aquilo que já está a ser feito por várias entidades nos Açores, argumentou Noé Rodrigues durante a discussão daquela iniciativa legislativa, que foi rejeitada pela maioria dos deputados açorianos.
A este respeito, o governante lembrou que, neste momento, já há investigação a ser feita por pequenas queijarias regionais no sentido de valorizar e tipificar o queijo açoriano e de lhe dar maior durabilidade de prateleira.
Além do mais, acrescentou o Secretário da Agricultura e Florestas, os Açores não têm condições “para andar a duplicar serviços”, o que têm a fazer “é retirar dos serviços já existentes a maior eficiência e eficácia possíveis”.
Para Noé Rodrigues, organismos como aquele que propõe o PSD não servem, em parte nenhuma, para promover agentes da fileira, para regular mercados, para formar preços ou para aumentar o valor dos produtos.
O que precisávamos era que houvesse “maior regulação de mercado e maior sensibilização” para a defesa de certas formar de comercializar alguns produtos, sobretudo quando a fragilidade de algumas economias depende desses produtos, afirmou o Secretário da Agricultura e Florestas.
Noé Rodrigues considerou também que, nos Açores, o valor do preço do leite à produção “não tem muito a ver” com o leite em pó, desde sempre o menos valorizado dos produtos da cadeia de valor do leite, à excepção do verificado em 2008 e 2011.
Segundo explicou, essa reduzida dependência pode ser explicada com o facto da produção do leite em pó nos Açores ter-se mantido praticamente estável nos últimos 20 anos, em contraponto com a produção de leite, que disparou quase 47% nesse período.
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