O Secretário Regional da Presidência disse ontem, na Cerimónia Comemorativa dos 70 anos da Radiodifusão pública nos Açores, que este tempo de vida constitui “um património significativo que deve ser honrado”.
Para André Bradford, 70 anos representa um “património vertido na vida e no esforço dos profissionais que contribuíram para o sucesso da afirmação da Antena 1 Açores”, património esse, sublinha, “inclui a história dos Açores, que foi relatada e construída pelos seus microfones – nas alturas boas e nas alturas más”.
O futuro da Antena 1 Açores, na perspectiva do governante, “precisa de sentido de orientação e de sentido de união. Precisa de crítica construtiva, mas também de sentido de auscultação e de partilha de responsabilidades. De dedicação individual e de sentido de grupo. De administração interna, mas também de visão externa”.
O futuro do serviço público de rádio nos Açores, conforme sublinhou André Bradford, “exige que se valorize a dedicação e o empenho, a ousadia e a inovação; que não haja receios de fazer de novo, de fazer diferente, de mudar; e exige sobretudo que todos – incluindo naturalmente os poderes públicos e os agentes políticos – se consciencializem de que estamos a falar de uma instituição basilar da Autonomia, essencial para a prossecução dos interesses dos Açores”.
A propósito da importância do serviço público de rádio para a Autonomia, André Bradford considera que ele “não pode servir de arma útil de arremesso ou argumento de debate político-partidário” porque, sustenta, “está acima de todos os que agora assumem ou querem assumir funções governativas, tal como deve estar acima dos interesses particulares deste ou daquele grupo de pressão”, e neste sentido conclui: “É isso que os Açores e os Açorianos esperam da Antena 1 e do serviço que ela presta”.
O Secretário Regional lembrou que o Executivo Açoriano “tem apoiado” o esforço que tem sido “conduzido com sucesso para modernizar os meios existentes e actualizar as plataformas onde a rádio tem hoje necessariamente de procurar a sua projecção – com natural destaque para a internet”, acrescentando que “em nome da vertente regional do serviço público de rádio e televisão” o Governo dos Açores “continuará a apoiar, pontualmente, as necessidades técnicas identificadas pelos seus dirigentes, procurando melhorar as condições de funcionamento e de operacionalidade”, mas também, sublinha, “enquanto patrocinador de boa parte da produção própria de cariz regional”.
André Bradford, no que toca às responsabilidades de financiamento do serviço público de rádio e televisão nos Açores, lembrou, todavia, que os apoios que o Governo dos Açores atribui todos os anos, não existem para “isentar os outros da sua responsabilidade, quer no financiamento apropriado do funcionamento da Antena 1 Açores”, responsabilidade que reafirma, “é e deve continuar a ser do Governo da República em todas as suas dimensões”, quer, ainda, “na garantia da independência administrativa e logística necessária à boa condução da sua missão”.
O entendimento do Governo dos Açores face à responsabilidade dos financiamentos necessários é assim, segundo o responsável, porque “sabemos que estamos também a contribuir para a garantia de um serviço público verdadeiramente açoriano”. André Bradford diz mesmo que, ao contrário do que outros defendem, “não acredita que a rádio e a televisão nos Açores, com todas as suas especificidades, possam ou devam ser consideradas, de modo acessório, no quadro de interesses economicistas e numa lógica de puro lucro”.
GaCS/LFC
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