O Secretário Regional da Presidência declarou ontem que a “diversidade na mesma língua e a comunhão de interesses, amizade e união entre os diversos povos e populações que por essa via advém, são o verdadeiro pilar da sustentação do que se tornou comum designar por espaço lusófono”.
A opinião foi expressa na Sessão de Abertura do 17º Colóquio da Lusofonia que esta a decorrer na Cidade de Lagoa, realização que de acordo com André Bradford, coloca “mais uma vez os Açores no centro do debate sobre o mundo lusófono, que se estende do Brasil a Timor” e que, através da língua “esbate distâncias, derruba barreiras geográficas, cria pontes de partilha e une Regiões, povos e governos na procura da afirmação dos seus países no respectivo contexto de inserção regional, mas também em conjugação de esforços no plano internacional”.
O governante enalteceu o papel activo dos organizadores dos colóquios e a “relevância do projecto de preservação e divulgação de todo o nosso património linguístico e cultural comum”.
Para André Bradford, um projecto como este, que considerou ser “impar no país” tem merecido “sempre o apoio do Governo dos Açores, em função das disponibilidades existentes, na medida em que estas actividades complementam a acção governativa junto das comunidades entre si e destas para com a Região, ajudando a sensibilizar os decisores no sentido da implementação de uma política para as comunidades que tenham também no ensino e na aprendizagem do português no exterior uma das suas vertentes mais relevantes”.
No contexto da importância da língua e ao mesmo tempo da divulgação da cultura açoriana, André Bradford frisou que o Governo dos Açores, através da Direcção Regional das Comunidades, “tem cumprido com as suas responsabilidades”, acrescentando que, ao longo de mais de uma década, “mesmo ultrapassando as suas competências institucionais, tem realizado um conjunto de iniciativas e políticas claras” que, neste domínio, sublinha, “valorizam os Açores no todo nacional e honram a cultura açoriana, os seus autores e a sua história”.
Nesta linha de actuação o governante lembrou o protocolo, recentemente assinado com a George Washington University, “que prevê o ensino da língua portuguesa e de disciplinas dedicadas aos Açores, e à sua cultura, identidade e relevância estratégica, dando corpo a um curso que se iniciará já no próximo semestre”; o protocolo assinado com o Center for Applied Special Technology, o Portuguese World Language Institute e a Universidade dos Açores para o desenvolvimento e a disponibilização de material pedagógico-didático em Lingua Portuguesa em meio virtual.
André Bradford realçou ainda a iniciativa especificamente dedicada aos jovens através do programa denominado “Ao Colo da Língua Portuguesa”, a qual já permitiu a entrega de centenas de kits de livros infantis junto das famílias com crianças até 5 anos de idade e escolas com ensino básico dos EUA, Canadá e Bermuda, fomentando assim o contacto com a língua portuguesa e o gosto pela leitura, desde as mais tenras idades”.
O Secretário Regional da Presidência deixou claro que o “esforço” que o Governo dos Açores tem feito nestes domínios é “necessário e deve continuar, apesar das contingências financeiras e orçamentais a que os tempos presentes obrigam”.
De acordo com a opinião de André Bradford, “a preservação da cultura, da história e da língua na formação de uma comunidade exige das entidades públicas uma acção contínua e determinada”, porque, sustenta, “de outra forma arriscamo-nos à homogeneização cultural e ao desenraizamento comunitário, perdendo-se um capital de projecção da Região e de valorização da nossa especificidade que é muito valioso nos dias que correm”.
GaCS
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