O Secretário Regional da Presidência apelou hoje à necessidade de um “consenso político” que permita à Região falar a “uma só voz” na defesa dos interesses regionais associados à presença militar dos Estados Unidos da América (EUA) na Base das Lajes, na ilha Terceira.
O repto foi lançado esta manhã por André Bradford na Assembleia Legislativa Regional, durante a discussão de quatro projetos de Resolução relativos ao Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA para a utilização da Base das Lajes e a sua possível renegociação, apresentados pelo PCP, PSD, PPM e PS.
Segundo revelou o governante açoriano, os EUA já comunicaram oficialmente ao Governo Português a sua intenção de reduzir a presença militar na ilha Terceira e de alterar a utilização que fazem atualmente da Base das Lajes.
Apesar de argumentarem que a base açoriana tem agora uma menor importância em termos estratégicos, também é verdade que a primeira coisa que os norte-americanos disseram foi que “não queriam sair dos Açores”, acrescentou o Secretário Regional da Presidência.
Neste momento, explicou ainda André Bradford, “não estamos em negociações, mas apenas em conversações", sendo certo que esta manifestação de vontade expressa pelos Estados Unidos “pode desencadear um processo negocial complexo e difícil”.
Disse também que, na ótica do Governo, “é fundamental que se promova na Região o consenso, que se valorize aquilo que nos une, em vez de cairmos na tentação fácil de, mais uma vez, irmos cada um para as nossas bancadas fazer arremesso de matérias menores, de ordem partidária”.
Conforme referiu, foi precisamente para evitar essa situação que o Governo Regional, mal foi informado oficialmente da intenção dos EUA, decidiu fazer uma ronda de auscultação e de reuniões com todas as forças políticas com assento parlamentar.
André Bradford disse ainda que, dessa ronda de auscultações, resultou também claro que a prioridade referida pelos diferentes partidos vai para a defesa dos postos de trabalho diretos e indiretos e para o impacto do investimento na aquisição de bens e serviços junto da economia da ilha Terceira.
Ora, “estes princípios são passíveis de serem consensualizados. A maneira como se chega lá – mais contingente mínimo, menos contingente mínimo, mais reivindicação laboral, menos reivindicação laboral, mais justificação histórica, menos justificação histórica –, neste momento, para o Governo regional, não é relevante”, notou o governante.
Para o Secretário Regional da Presidência, “o que é relevante é encontrarmos uma base comum de posicionamento que nos permita falar a uma só voz naquilo que é essencial, independentemente de todos nós podermos ter opiniões diversas sobre aquilo que é acessório”.
Deste o início deste processo, concluiu André Bradford, “é isto que nós temos tentado fazer e é isso que vamos continuar a tentar fazer no andamento do processo que é, nesta fase, um processo de conversações, não é um processo negocial, formalmente aberto e institucionalmente participado”.
GaCS
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