Os Açores têm um Produto Interno Bruto (PIB) per capita superior a mais de 60 regiões do espaço comunitário europeu, segundo dados dos serviços da Comissão Europeia, afirmou hoje o Diretor Regional do Planeamento e Fundos Estruturais.
Rui Amann, que falava em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa sobre o impacto da aplicação dos fundos comunitários nos Açores, salientou que os primeiros números revelados pela Comissão Europeia indicavam que, em 1983, a Região era a última da Europa comunitária, com um PIB equivalente a 39% da média europeia, situação que, 10 anos depois, era quase a mesma, sendo, então, os Açores a penúltima região na produção de riqueza.
“Esta situação mudou substancialmente a partir de meados da década de 90”, salientou o Diretor Regional, acrescentando que essa mudança foi alavancada por “uma visão renovada sobre o crescimento económico e com os recursos proporcionados pelos fundos comunitários”.
Rui Amann frisou que foi nessa altura que os Açores “iniciaram uma rota de desenvolvimento, melhorando o desempenho económico e as condições de vida, aproximando-se efetivamente dos níveis do espaço nacional e também no quadro comunitário”.
Atualmente, o serviço oficial de estatística da União Europeia coloca o nível de desenvolvimento dos Açores “bem à frente de mais de 60 regiões da Europa comunitária, não estando pois, ao contrário do que foi afirmado, como das mais pobres, nem muito menos na cauda da Europa”, frisou.
O Diretor Regional acrescentou que a trajetória da Região “tem constituído um exemplo inúmeras vezes referenciado pelas instituições europeias”, salientando que o recente reforço dos fundos atribuídos aos Açores, “num contexto de redução do financiamento comunitário, comprova” essa realidade e reconhece os resultados “da boa aplicação dos fundos comunitários”.
Rui Amann indicou alguns “resultados expressivos” da aplicação dos fundos neste período mais recente, como o financiamento comunitário do apoio concedido a 763 projetos de investimento privado de expansão/modernização, a 1.609 empresas através de linhas de crédito, a cerca de 600 campanhas e eventos promocionais, a 71 espaços TIC, a seis projetos de I&DI de contexto empresarial e a 24 postos da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão.
Ao nível do contributo para o capital humano, o Director Regional destacou os apoios à construção/remodelação de 57 estabelecimentos de ensino básico e secundário, à construção/apetrechamento de cinco estabelecimentos de ensino profissional, às intervenções em dois polos da Universidade dos Açores, a cerca de 26 equipamentos culturais construídos ou intervencionados, a 42 equipamentos de animação local, culturais e de desporto, construídos ou remodelados, a 15 unidades de saúde construídas ou remodeladas e apetrechadas e ainda a 44 projetos de intervenção social.
No que se refere ao contributo para a coesão territorial e sustentabilidade ambiental, Rui Amann referiu obras em 597 quilómetros de estradas, intervenções em 10 portos comerciais e em nove portos de pesca, apoio à elaboração de 10 planos de ordenamento, construção ou beneficiação de cerca de 91 quilómetros de rede de distribuição de água, 27 projetos de captação e tratamento de água e apoio a 33 projetos de conservação da biodiversidade e valorização dos recursos.
O Diretor Regional sublinhou, por outro lado, que o fim do período de programação de fundos comunitários 2007-2013 e o início do próximo, que se estende até 2020, “tem uma característica completamente diversa das anteriores”.
“Desenrolam-se numa envolvente difícil nacional, com um ambiente de crise financeira e económica do país, que condiciona e afeta o ritmo de convergência que vínhamos registando com a União Europeia”, afirmou.
Apesar disso, Rui Amann assegurou que os Açores vão continuar "a convergir com o país”, acrescentando que o processo de convergência europeia “será retomado logo após a ultrapassagem dos efeitos de ajustamento que o país esta a viver”.
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GaCS
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