O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje, nas Lajes do Pico, que “o conhecimento científico dos ecossistemas marinhos é o primeiro passo para se definir política marítima”.
Fausto Brito e Abreu falava após um mergulho no talude insular das Lajes do Pico a bordo do submarino LULA1000, um dos 10 veículos tripulados existentes no mundo com capacidade para mergulhar a 1.000 metros de profundidade.
“O mergulho a 1.000 metros de profundidade permitiu observar e registar espécies e habitats sensíveis e ainda pouco conhecidos”, salientou o Secretário Regional, frisando que “o mar profundo dos Açores, com milhões de quilómetros quadrados, esconde aos nossos olhos paisagens submersas que só há poucas décadas começámos a desvendar”.
“O mapeamento dos fundos oceânicos, dos habitats e das espécies que neles habitam é essencial para conhecermos as potencialidades e os serviços que os ecossistemas marinhos nos proporcionam”, defendeu Brito e Abreu.
Nesse sentido, o Secretário Regional do Mar referiu que “o conhecimento dos ecossistemas marinhos permite aos governos definirem medidas de conservação adequadas”, acrescentando que as descobertas do LULA1000 contribuem para “as políticas de gestão e conservação de habitats no nordeste atlântico”.
O LULA1000, com capacidade para três tripulantes, está a ser usado para projetos de documentação e de pesquisa de espécies do mar profundo dos Açores, mas também para a realização de vídeos “de elevadíssima qualidade” dirigidos ao grande público, que “está cada vez mais desperto para a importância de conhecer e preservar as maravilhas naturais que o mar dos Açores encerra”.
O titular da pasta do Mar destacou, por isso, a importância deste equipamento para a “promoção dos Açores”, acrescentando que “várias cadeias internacionais de televisão já vieram ao arquipélago filmar os nossos fundos submarinos”, como a BBC, a ITV, a National Geographic ou a NHK.
A propósito, Brito e Abreu lembrou o documentário 'Life at the Extreme - Deep/Azores', produzido nas ilhas do Faial e do Pico, que fez sucesso no Reino Unido e que mostra um mergulho no submarino LULA1000.
“Alguns dos estudos científicos realizados no mar dos Açores só foram possíveis graças a este submarino tripulado”, afirmou, indicando que os mergulhos a decorrer ao largo do sul do Pico têm como objetivo o mapeamento de habitats e a inventariação de espécies de profundidade, bem como o seu registo audiovisual.
O LULA 1000, operado pela Fundação Rebikoff-Niggeler, já realizou mais de 70 mergulhos em múltiplos habitats do mar dos Açores e tem desvendado e mapeado ambientes marinhos até então desconhecidos.
“A Fundação Rebikoff-Niggeler tem contribuído para afirmar os Açores como uma região marítima rica em biodiversidade e interessada em explorar e preservar o seu meio marinho”, frisou Brito e Abreu, acrescentando que “a exploração científica dos oceanos é hoje um objetivo que todas as nações, e regiões, marítimas estão empenhadas em cumprir”.
O Secretário Regional afirmou que os Açores “afirmam-se no contexto nacional e internacional como uma potência em ciências do mar”, acrescentando que “o futuro centro de investigação internacional dos Açores, que incluirá o Observatório do Atlântico, dará uma maior centralidade e visibilidade às ciências do mar que se produzem na Universidade dos Açores atualmente, e nos centros de investigação, como o IMAR e o Okeanos”.
O Governo Regional, através da Direção Regional dos Assuntos do Mar, tem colaborado com a Fundação Rebikoff-Niggeler, contratando 20 horas de imersão por ano ao submarino LULA1000 para estudos oceanográficos.
A Fundação Rebikoff-Niggeler está sediada no Faial desde 1994 e foi considerada, em 2000, instituição de utilidade pública pelo Governo Regional.
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GaCS
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