A Comissão Europeia reconheceu os Açores como zona protegida para mais espécies, neste caso os nemátodos Globodera pallida (Stone) Behrens e Globodera rostochiensis (Wollenweber) Behrens, vulgarmente conhecidos como 'nemátodos de quisto da batateira', potenciando assim a capacidade produtiva e competitiva de produtos regionais.
Na União Europeia, além de outros quatro estados membros (Letónia, Eslovénia, Eslováquia e Filândia), apenas os Açores são reconhecidos como zonas protegidas em relação a Globodera pallida,enquanto relativamente à Globodera rostochiensis esse reconhecimento só é válido para a Região.
Além da batateira, estes dois organismos nocivos podem atacar outras plantas da família das solanáceas, como, por exemplo, o tomateiro e a beringela.
O reconhecimento dos Açores como zona protegida permite impor medidas mais restritivas à entrada de vegetais e de produtos vegetais, nomeadamente tubérculos de batata, não só para consumo, mas também e, sobretudo, para plantação (batata de semente), de modo a evitar a introdução e dispersão destes dois importantes inimigos das culturas.
Os agricultores açorianos, sobretudo aqueles que se dedicam à produção de batata e de tomate, beneficiam diretamente deste reconhecimento porque, além de outras proteções já existentes, designadamente a isenção do escaravelho da batateira e do vírus da rizomania, passam a poder exigir a garantia de isenção destas duas espécies de nemátodos em todo o material vegetal suscetível de os veicular.
Beneficiam também indiretamente porque, enquanto a Região se mantiver isenta destes nemátodos, não têm necessidade de adotar práticas culturais ou outras para combate e controlo, resultando isto em mais-valias nos custos de produção e em vantagem competitiva, relativamente ao restante país e à quase totalidade dos estados membros da União Europeia.
A atribuição do estatuto de zona protegida assenta no reconhecimento do vasto trabalho desenvolvido pelos serviços oficiais, designadamente através da Direção de Serviços de Agricultura e por todos os Serviços de Desenvolvimento Agrário da Região.
Durante os últimos anos foram realizadas prospeções num elevado número de explorações agroflorestais, com diferentes tipos de coberto vegetal, tendo-se ultimamente dado preferência a campos de cultivo de batata.
Para manter este reconhecimento, que será revisto até 30 de abril de 2018, a Região vai continuar a realizar anualmente este tipo de prospeções, supervisionadas por peritos sob a autoridade da Comissão Europeia.
GaCS
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