A sétima expedição científica «Paleontologia nas Ilhas Atlânticas» começa esta sexta-feira em Santa Maria, envolvendo mais de três dezenas de cientistas nacionais e internacionais que vão estudar os fósseis marinhos da mais antiga ilha dos Açores, escreve a Lusa.
No arquipélago apenas são conhecidos fósseis marinhos em Santa Maria, tendo o mais antigo sido datado de há cerca de cinco milhões de anos.
«Certamente existirão em outras ilhas, mas só em Santa Maria é que já passou tempo suficiente para que o processo erosivo retirasse as escoadas lávicas que os cobrem e deixassem expostas as jazidas», frisou Sérgio Ávila, coordenador científico da expedição, em declarações à Lusa.
Os trabalhos de campo, que decorrem até 24 de Julho, começam hoje na zona da «Pedra-que-Pica», prosseguindo depois em áreas como a Ponta do Castelo, Lagoinhas, Malbusca e Cré.
Os cerca de 35 investigadores envolvidos, oriundos de países como Alemanha, EUA, Áustria e Portugal, estarão «acompanhados» por quatro jovens alunos açorianos do 5.º ao 9.º ano de escolaridade, que venceram o Prémio Frias Martins.
«São os melhores alunos, muito curiosos e vivazes, que vão ter a oportunidade de acompanhar o trabalho dos cientistas e de lhes colocar as questões que entenderem», salientou Sérgio Ávila.
Os cientistas vão estar divididos em 11 equipas de investigação, que se dedicarão à recolha e estudo de amostras nos sedimentos marinhos fossilíferos.
Em Santa Maria são conhecidas cerca de 15 jazidas do final do Miocénico e início do Pliocénico, com idades entre cinco e sete milhões de anos, e três jazidas fossilíferas Plistocénicas, com idades entre 130 e 117 mil anos.
No ano passado, a expedição permitiu encontrar entre os fósseis uma nova espécie de invertebrados, dois novos registos de tubarões e outros dois de moluscos marinhos.
Estão ainda previstos trabalhos na área da geoquímica para apurar as temperaturas que existiam há cerca de cinco milhões de anos, quando viviam os organismos cujos fósseis estão agora a ser estudados.
Em paralelo com os trabalhos de campo, os investigadores vão também participar num ciclo de comunicações científicas aberto à população da ilha, que decorrerá no Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, na Vila do Porto.
Fonte: IOL
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