sexta-feira, 23 de julho de 2010

Redução da pressão na observação de cetáceos



Por decisão da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar não haverá a emissão de mais licenças para o registo audiovisual de cetáceos nos meses de Julho e Agosto deste ano. Esta decisão tem como motivação essencial a identificação da presença de crias de golfinhos e cachalotes nos Açores e a enorme pressão que esta actividade em particular lhes provoca.

“Às licenças já emitidas correspondem investimentos e expectativas que não podemos simplesmente ignorar. No entanto, não iremos emitir novas licenças e, provavelmente, no próximo ano, no Grupo Central dos Açores, não permitiremos a recolha de imagens durante o pico do Verão.” referiu Frederico Cardigos, director regional do Ambiente. “No entanto, esta decisão poderá ser ainda alargada ou ajustada de acordo com os pareceres técnicos que estamos a elaborar.”

Para este responsável, a defesa dos animais deve ser intransigente até por é uma questão de sensatez. “A partir do momento que os animais não se sintam confortáveis nos Açores, partirão para novas paragens. Por outro lado, os nossos turistas são muito exigentes do ponto de vista ambiental e também não toleram a pressão excessiva a que, algumas vezes, se assiste. Portanto, tanto por razões ambientais como por razões económicas, temos que actuar e actuámos.”

Em pleno ano internacional da biodiversidade, é assim dado mais um passo para a protecção dos mamíferos marinhos dos Açores. “Aliás, estamos a considerar a hipótese de alargar as medidas de protecção aos cetáceos. Têm-nos sido relatadas algumas reacções que apontam para uma necessidade de diminuir ainda mais o esforço. Sabemos que isso pode ter um impacto significativo na actividade de observação de cetáceos e, por isso, apenas o faremos após uma discussão mais alargada.”

Nos Açores já foram registadas cerca de três dezenas de espécies de cetáceos e são comummente observadas mais de duas dezenas, fazendo deste arquipélago um dos mais privilegiados pontos para observação de baleias, cachalotes e golfinhos no mundo inteiro. A postura ambiental dos Açores, em conjunção com um turismo especialmente sustentável, já valeu ao arquipélago menções em diversas publicações internacionais da temática e o galardão QualityCoast atribuído por uma organização com dimensão europeia.



GaCS/SF/DRA

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