sábado, 14 de abril de 2012

Carlos César condecorado no Rio Grande do Sul com a Grã-Cruz da Ordem do Ponche Verde


O Presidente do Governo Regional qualificou de “impressiva celebração da ligação histórica e fraterna” entre os Açores e o Rio Grande do Sul a sessão que teve lugar no Palácio Piratini, sede do Governo daquele estado brasileiro.


Nessa sessão, a que estiveram presentes membros do Governo rio-grandense e diversas outras entidades oficiais e personalidades, Carlos César foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Ponche Verde e subscreveu, em conjunto com o Governador Tarso Genro, um Memorando de Entendimento entre os Açores e o Rio Grande do Sul.

Afirmando receber tão importante distinção – a mais alta do estado – “com grande sentido de humildade e de honra” e em nome de todos os açorianos, nos Açores e na diáspora, o Presidente do Governo aludiu à ligação histórica entre os dois territórios para encontrar justificação para ela.

Como disse, o gesto “carrega consigo – através da História e, designadamente, do glorioso período que culminou em Ponche Verde – as ânsias e lutas deste povo pela liberdade e pela afirmação identitária do Rio Grande do Sul no conjunto deste imenso Brasil.”

Para Carlos César “esses são, sem dúvida, traços característicos que unem açorianos e gaúchos: a sua não resignação, a luta pela sua autodeterminação, a procura da sua felicidade pela valorização das suas diferenças e particularidades face a outros.”

E se o apego à autonomia está – como sublinhou – no centro da genética comum de açorianos e gaúchos, a luta pela sua conquista permitiu, nos dois lados do Atlântico, o desenvolvimento humano e social que todos tanto desejavam.  

“Se no Rio Grande do Sul de meados do século XIX essa luta, inspirada nos ideais liberais e republicanos, foi feita por oposição aos mandos e desmandos centralistas do governo imperial de D. Pedro I – só terminando no momento de paz e de integração celebrado no Tratado do Ponche Verde –, nos Açores foi através de sucessivas vagas de luta política pela autonomia que conseguimos desenhar um modelo de governação, a autonomia regional instituída em 1976, que é exercido acrescentando dimensões e valores que nos são próprios aos valores ínsitos no Estado português”, afirmou o Presidente do Governo.

Declarando-se um defensor da memória dos povoadores açorianos do Rio Grande do Sul e da herança cultural que moldou o gaúcho de hoje e o território que habita, Carlos César frisou que – 260 anos depois desse povoamento – não é possível ficar alheio à açorianidade no Rio Grande do Sul.

Por isso, os Açores têm tentado estreitar cada vez mais os laços que já os unem àquele estado, através de um diálogo constante, de forma a que se possa “promover sinergias que façam dos nossos territórios parceiros mais próximos em áreas como a economia, o turismo, a investigação, a educação, o ensino e a cultura, entre outras.”

Dizendo acreditar que o Memorando de Entendimento hoje assinado ajude a concretizar esse desígnio, Carlos César referiu-se à actual situação dos Açores – incomparavelmente melhor do que há alguns anos atrás e apresentando-se como uma região de oportunidades e atractiva para investidores – e disse que é assim que a região quer continuar a ser.

“Queremos que os Açores, europeus e atlânticos, continuem a dar o seu contributo humanista, preservando ou fomentando ilhas de individualidade e de identidade dentro e fora do seu espaço físico, como hoje e agora acontece aqui”, concluiu.

O Memorando hoje assinado por Carlos César e Tarso Genro, estabelece o compromisso de promover a cooperação a todos os níveis nas áreas económica, logística, científico-tecnológica, cultural e educacional, sempre que esta possa contribuir para a proximidade institucional e cultural entre os Açores e o Rio Grande do Sul.

Fica também estabelecido que as duas partes se comprometem a procurar o desenvolvimento económico do Rio Grande do Sul e dos Açores através de visitas de delegações institucionais, culturais, académicas e económicas entre o Rio Grande do Sul e os Açores em condições de benefício mútuo, e da organização de encontros, simpósios e seminários com o objectivo de juntar responsáveis públicos e privados das respectivas áreas.



Anexos:
2012.04.14-PGRrecebeOrdemPoncheVerde.mp3
GaCS

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