sábado, 15 de dezembro de 2012
Sérgio Ávila defende a correção do programa de assistência financeira a Portugal
O Vice-Presidente do Governo dos Açores afirmou sexta-feira à noite que, passados cerca de dois anos sobre o programa de assistência financeira a Portugal, é necessário começar a "pensar na sua eficácia e na correção do próprio modelo.”
Sérgio Ávila, que falava na sessão de entrega de prémios da revista "As 100 Maiores Empresas dos Açores”, a que assistiram cerca de uma centena e meia de empresários, acrescentou que os pressupostos da assistência financeira ao país não foram devidamente ponderados.
“Nós hoje temos um país mais pobre, com mais recessão do estava previsto, com mais dívida e exatamente com o mesmo desequilíbrio orçamental que havia há dois anos”, frisou, defendendo ser necessário “pensar se não é a receita que está errada e que deve ser ajustada.”
Para Sérgio Ávila, a União Europeia tem um grave problema, que assenta no facto de, “havendo uma união monetária, não haver, efetivamente, uma união financeira”, o que beneficia países da Europa Central, como a Alemanha.
“A Alemanha consegue, neste momento, recorrer a financiamentos externos a uma taxa de juro substancialmente mais baixa do que outros países com a mesma moeda, o que contraria o espírito da moeda única”, sublinhou.
O Vice-Presidente do Governo dos Açores disse ainda ser importante que todos saibam que “Portugal tem de pagar no próximo ano, como encargos de juros da sua dívida pública, cerca de oito mil milhões de euros”, estando a ser discutido no país um corte de quatro mil milhões de euros na despesa pública, afetando a despesa social.
“Bastaria que a taxa de juro aplicada a Portugal, sendo, mesmo assim, muito superior à da Alemanha, fosse reduzida para metade para que esses quatro mil milhões fossem cobertos em termos orçamentais”, afirmou.
Na sua opinião, isso permitiria conjugar “a efetiva existência de uma moeda única” com um ajustamento do acesso aos mercados financeiros “por parte de todos os países” e não se estaria perante “uma redução à custa do brutal esforço dos portugueses, mas sim de um ajustamento da capacidade de Portugal aceder aos mercados.”
No que respeita especificamente aos Açores, Sérgio Ávila defendeu a necessidade de reequilibrar a balança comercial para minimizar os efeitos da diminuição do consumo e do investimento privado.
“É um caminho a seguir, necessariamente, porque tem um impacto efetivo sobre a nossa capacidade económica, sobre a criação de riqueza”, afirmou o governante, acrescentando que esse “é um desafio a todas as empresas.”
Para Sérgio Ávila, o desafio consiste em as empresas reorientarem a sua atividade, “apostando nas vantagens comparativas" dos Açores e, dessa forma, "aumentar a capacidade de exportação e reduzir a necessidade de importações”.
Anexos:
2012.12.15-VPGR-ComentaSituaçãoPortuguesa.mp3
GaCS
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