O Presidente do Governo, Vasco Cordeiro, reafirmou hoje a disponibilidade do executivo para ajudar a viabilizar o setor cooperativo na Região, nomeadamente a LactoPico, mas frisou que, tal como assumiu durante a campanha eleitoral, não injetará diretamente dinheiro público nas cooperativas, rejeitando a opção de “passar um cheque para pagar a dívida”.
“Que não reste um segundo de dúvida sobre esta matéria. Nunca disse que o Governo injetaria dinheiro diretamente nas cooperativas, não deixei que se subentendesse que o Governo estaria disponível para injetar dinheiro diretamente nas cooperativas, tive o cuidado na campanha eleitoral de dizer claramente ao que vinha e o que pretendia fazer no setor”, afirmou Vasco Cordeiro, frisando, no entanto, que “isso não significa que o Governo lave as mãos, nem que o Governo se demita de ajudar qualquer cooperativa desta terra”.
Vasco Cordeiro, que intervinha na sessão plenária da Assembleia Legislativa dos Açores, recordou que, enquanto candidato a Presidente do Governo dos Açores, defendeu nas reuniões que manteve com as cooperativas da região que é necessário “alterar o modelo de relacionamento entre o Governo Regional e as cooperativas”,
Esse modelo deve passar pela existência de um “contrato tripartido”, que exija de todos os intervenientes (Governo, cooperativa e produtores) uma “taxa de esforço para a sustentabilidade” do setor cooperativo leiteiro e, neste caso particular, da LactoPico.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro recordou o processo de negociações que o Secretário Regional dos Recursos Naturais iniciou em novembro de 2012 com a direção da LactoPico e a Associação Agrícola da Ilha do Pico, que conduziu no início deste ano à apresentação de um plano estratégico de recuperação financeira daquela cooperativa, “a implementar em quatro anos, sem injeção direta de capital público”.
A 18 de janeiro, este plano foi debatido numa assembleia-geral de produtores da cooperativa, juntamente com as alterações propostas pela direção da LactoPico, tendo, já neste mês de fevereiro, a Secretaria Regional dos Recursos Naturais apresentado uma proposta de protocolo revista, que inclui algumas alterações.
Vasco Cordeiro revelou que, nos termos desta proposta, a fixação do preço do leite ao produtor depende da aprovação da Secretaria Regional dos Recursos Naturais, o pagamento da dívida aos produtores será feito em 18 prestações mensais e serão desenvolvidos esforços no sentido de assegurar um financiamento mínimo de 500 mil euros, no imediato, e outros financiamentos para futuros investimentos, assim como conseguir a renegociação da dívida da LactoPico para um prazo de 20 anos.
A Secretaria Regional dos Recursos Naturais comprometeu-se ainda a disponibilizar meios técnicos para a racionalização e rentabilização das explorações leiteiras e o aumento da quantidade e qualidade do leite entregue.
“Os produtores da LactoPico, em assembleia-geral, rejeitaram a proposta que tinha sido apresentada pelo Governo. Apesar disso, o Governo continua a trabalhar com a LactoPico e com outras entidades no sentido de garantir a viabilidade financeira desta indústria de lacticínios e, por essa via, a viabilidade financeira da exploração leiteira na ilha do Pico”, afirmou Vasco Cordeiro.
GaCS
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