O Presidente do Governo dos Açores defendeu hoje a necessidade de uma união de esforços a nível europeu para enfrentar o desafio da criação de emprego, especialmente entre os jovens, frisando que a Europa “não se pode dar ao luxo” de desperdiçar o seu maior capital.
“Esta questão exige de nós clarividência, articulação e união, firmeza e vontade política”, afirmou Vasco Cordeiro, no discurso que proferiu na Assembleia Geral da Assembleia das Regiões da Europa, em Paris, salientando que a criação de emprego é um desafio que “os políticos devem assumir sem tibiezas, sem vergonha e com coragem”.
Vasco Cordeiro, que discursava perante dirigentes e representantes de mais de 200 regiões da Europa, afirmou que “este é o momento e o lugar para colocar o papel fundamental” que as regiões europeias devem desempenhar na criação de condições para o aumento do emprego jovem.
O Presidente do Governo frisou que se trata de um “desafio enorme”, recordando que a Comissão Europeia já contabilizou 14 milhões de jovens sem emprego, educação ou formação, pelo que “não se pode perder mais tempo”, manifestando satisfação por a União Europeia ter colocado o combate ao desemprego como primeira prioridade para a Agenda 2014-2020.
Vasco Cordeiro frisou, no entanto, que este processo tem que envolver uma “garantia de flexibilidade”, que permita “tratar diferente o que é diferente”, dotando as regiões com mais dificuldades de instrumentos que lhes permitam lutar contra este flagelo.
Na sua intervenção, defendeu a importância de uma “união solidária de toda a Europa”, citando Winston Churchill quando afirmou que “devemos agir para juntar os que querem com os que podem”, salientando que a crise dos últimos anos expôs “preconceitos e falsas divisões”, entre o norte e o sul ou entre o centro e a periferia.
“Este é um projeto que só será bem sucedido e só pode resultar em benefício de todos se for conduzido por todos, sem timoneiros impostos e sem tutelas pré-definidas”, defendeu Vasco Cordeiro.
Nesta estratégia, que tem que passar por uma articulação entre a educação, a investigação e o mundo do trabalho, assume particular importância o programa Eurodisseia, que os Açores lideraram durante os últimos seis anos.
Para Vasco Cordeiro, trata-se de “um caso de sucesso na promoção da empregabilidade jovem na Europa”, constituindo “um valioso instrumento” para enfrentar a atual conjuntura.
Num balanço dos seis anos de presidência açoriana deste programa, Vasco Cordeiro recordou que mais de 3.000 jovens estagiaram em mais de 800 empresas de mais de 40 regiões europeias, com resultados muito positivos, segundo revelaram os próprios estagiários.
Um recente inquérito realizado pelo Observatório do Emprego e Formação Profissional do Governo dos Açores revelou que mais de 90 por cento dos estagiários consideram que o programa representou uma mais-valia para o seu percurso profissional e mais de 50 por cento encontraram emprego como resultado das competências adquiridas no Eurodisseia.
Por outro lado, Vasco Cordeiro salientou que foi aumentado em mais de 20 por cento o número de jovens participantes e em mais de 60 por cento o número de regiões participantes, que passaram de 26 para 43.
“Estes são resultados animadores e que nos devem incentivar a continuar a melhorar a ligação entre o programa e o mercado de trabalho, nomeadamente no encaminhamento dos jovens para as empresas do seu país/região de origem ou na região de acolhimento”, defendeu Vasco Cordeiro.
Para o futuro, manifestou confiança na presidência da região de Île de France, destacando a “grande sensibilidade” de Michèle Sabban, presidente desta região francesa, para a questão do emprego jovem na Europa.
“Será capaz, não só de continuar o registo de grande sucesso e acolhimento deste programa junto dos jovens de todas as nossas regiões, bem como de o expandir, de o aprofundar e melhorar, promovendo a adesão de mais regiões e inovando na sua abordagem às dificuldades de hoje do mercado de trabalho que são de grande monta”, concluiu Vasco Cordeiro, assegurando que “os Açores serão sempre um ator e um parceiro seguro e determinado”.
GaCS
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