domingo, 2 de agosto de 2009

Armador norueguês interessado no negócio do navio 'Atlântida'


Armador estrangeiro visitou os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e estará interessado no 'ferry' que o Governo Regional dos Açores rejeitou

Um armador norueguês visitou esta semana os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) interessado na compra do ferry Atlântida, navio encomendado e entretanto rejeitado pelo Governo Regional dos Açores, soube o DN junto de fontes da empresa. Trata--se de um armador da Noruega e que opera já na área do transporte marítimo (ferryboat) e que, segundo relatam fontes dos ENVC, terá ficado surpreendido com a qualidade dos acabamentos do Atlântida, entre os quais se contam um minicasino e um infantário.

Este é mais um interessado no navio, depois de, em Maio, o Governo Regional dos Açores, que encomendou a construção à empresa pública de Viana do Castelo, o ter rejeitado devido a uma diferença de 1,4 nós na velocidade máxima. Actualmente, soube o DN, o navio encontra-se acostado no chamado cais do Bugio, um local mais afastado dos estaleiros, sendo submetido desde Maio a diárias operações de manutenção, sobretudo dos equipamentos. "É como um carro. Se tiver meses sem trabalhar pode ter problemas. Por isso, temos realizado estas operações de manutenção constantes", explicou a mesma fonte.

Para além deste armador norueguês, que visitou o navio na quinta-feira, às mãos de Nuno Severiano Teixeira, ministro da Defesa e que tem a tutela directa dos ENVC, chegou nos últimos dias uma outra proposta, de um emigrante açoriano no Canadá, proprietário de uma empresa de transportes marítimos, e que, como o DN avançou recentemente, pretende adquirir o Atlântida e integrá-lo no modelo de transportes que apresentou para aquela região autónoma e que prevê, inclusive, uma linha marítima entre Açores e Madeira.

"Quero dar aos meus conterrâneos aquilo que eles precisam, com toda a qualidade. O Governo Regional dos Açores já tem esta proposta em mãos", explicou ao DN John Amaral, o empresário-gerente da Cascata do Mar, empresa de capitais canadianos interessada no negócio. A proposta apresentada por John Amaral prevê uma rede de três navios num total de investimento de perto de 100 milhões de euros.

O Atlântida seria utilizado em cruzeiros de 9 dias por todo o arquipélago. Sobre este ferry, conforme explicou o empresário, o Governo Regional já pagou 32 milhões aos ENVC e a proposta da empresa ao Executivo dos Açores passa por liquidar esse valor, faseado pelo período de 10 anos, com pagamentos de 3,2 milhões de euros anuais. "Prestações essas que serão pagas com o serviço de aluguer do navio Atlântida, para cruzeiro de turistas em todas as ilhas dos Açores, durante todo o ano", acrescentou.

Esta solução é vista também como uma forma de colocar um ponto final num problema que tem vindo a ameaçar a imagem dos ENVC. No entanto, qualquer uma das soluções não deverá envolver acordo antes de serem conhecidas as conclusões da comissão de inquérito nomeada pelos ministros da Defesa Nacional e Finanças sobre a construção do Atlântida, o que deve acontecer ainda durante o mês de Agosto.

Fonte: DN

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