O Presidente do Governo dos Açores disse ontem à noite ser “fundamental salvaguardar os equilíbrio orçamental, salvaguardar as finanças públicas nacionais e regionais”, mas que isso tem de ser feito por uma razão social e ética.
Para Carlos César, é importante poupar, mas por alguma razão ou por algum efeito, já que os recursos, sendo de todos e resultantes da contribuição de todos para as poupanças do país, implicam o dever de “reinvestir no progresso do país e na satisfação das necessidades dos seus cidadãos.”
O governante acrescentou ser importante que “esse sentimento e essa consciência do momento que se vive no país possam fazer também congregar os principais responsáveis e sobretudo os partidos dominantes e mais influentes no espectro parlamentar, no sentido de se conjugarem para a aprovação dos instrumentos essenciais à regulação financeira do país, ao seu crescimento económico e à estabilidade.
“Os portugueses dificilmente aceitarão que do diálogo interpartidário não resulte o privilégio da recuperação da situação em que o país se encontra. Não há nada para adiar e muito menos adiar a recuperação do nosso país”, acentuou Carlos César.
Afirmando que nos Açores “não somos responsáveis pela degradação da situação financeira que se tem vivido o longo dos anos” – do que deu alguns exemplos, nomeadamente o de a dívida pública ser de 9% do PIB regional, muito menor do que os mais de 75% da média da União Europeia – o Presidente do Governo assegurou que os Açores têm dado uma assinalável contribuição ao país.
Essa contribuição resulta, como sublinhou, do rigor com que são geridos os recursos açorianos e aproveitada a solidariedade nacional, mas também “pela forma como projectamos o país no Atlântico, como o engrandecemos através da presença e do dinamismo das nossas comunidades.”
Carlos César reiterou, a propósito, a convicção de que “os açorianos são hoje um capital muito importante do prestígio que o nosso país tem em vários lugares, com destaque para os países no continente americano.”
O Presidente do Governo falava no decorrer de uma sessão da XIII Assembleia-Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores que ficou marcada pela homenagem que o referido Conselho decidiu fazer-lhe, com a entrega de uma Medalha de Mérito.
Confessando ter ficado sensibilizado com a distinção, num acto que o marcou indelevelmente, Carlos César revelou que, ao longo do exercício das suas funções, muitos dos momentos mais fortes que viveu foram, exactamente, com açorianos residentes fora da região e em locais onde as Casas dos Açores funcionam como autênticas plataformas de comunicação com as autoridades dos países onde se localizam.
E uma das vantagens dessa comunicação é a de, como realçou, poder ser contada a história da grande evolução registada no arquipélago, “mostradas as nossas realidades mais recentes, aquilo que os Açores são hoje nos mais variados planos da sua vida social, económica e cultural:”
Neste encontro na ilha Graciosa estão presentes doze Casas dos Açores sediadas em Portugal Continental (Lisboa, Norte e Algarve); Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul); Estados Unidos da América (Nova Inglaterra e Hilmar) e Canadá (Quebeque, Ontário e Winnipeg).
Fundado na Horta, em 1997, o Conselho Mundial das Casas dos Açores tem como principais objectivos congregar as comunidades açorianas e dar a conhecer os Açores, os açorianos e a sua cultura às populações das suas respectivas áreas de influência.
GaCS/CT
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