Incluído no Plano “Mais Endémicas - plantar o futuro”, apresentado recentemente, inicia-se em Março o projeto de inventariação e monitorização das espécies de morcegos existentes na Região. Assim, como primeiro contributo para sua conservação, irão ser desenvolvidas ações de formação que dotem os técnicos da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, especialmente os Vigilantes da Natureza, com os conhecimentos necessários para identificar as espécies através de características morfológicas e de vocalização.
Com estas ações, os diversos Parques Naturais de Ilha passarão a ter capacidade para iniciar o acompanhamento das populações de morcegos existentes nas áreas protegidas. Para isso será realizada uma campanha de censos que decorrerá a partir de Abril, dando corpo à gestão deste sensível e precioso património dos Açores.
Este projeto acompanha os esforços preconizados em todo o mundo no âmbito das celebrações do Ano Internacional do Morcego (2011-2012). Este Ano Internacional é dinamizado pela ação conjunta da Convenção de Bona sobre a Conservação das Espécies Migradoras Pertencentes à Fauna Selvagem (CMS) e pelo Acordo sobre a Conservação dos Morcegos Europeus (EUROBATS). Desta forma, pretende-se promover a conservação, a investigação e a divulgação das quase 1200 espécies de morcegos que existem no planeta, cerca de metade das quais se encontram ameaçadas de extinção.
As espécies de morcegos presentes no arquipélago dos Açores estão entre as menos conhecidas e mais ameaçadas do nosso país. Dada a sua vulnerabilidade e as lacunas existentes no conhecimento de fatores essenciais para a conservação destas espécies é importante a realização de censos que forneçam informações sobre o estado, a tendência das populações e os potenciais fatores de ameaça.
Das quatro espécies de Morcegos registadas nos Açores, a mais emblemática é a Nyctalus azoreum, o morcego-dos-Açores, já que é a única espécie de mamíferos endémica da nossa Região. Atualmente, pensa-se que existem populações de apenas duas espécies nos Açores, o morcego-dos-Açores e o morcego-da-Madeira (Nyctalus azoreum e o Pipistrellus maderensis), o que, só por si, indicia uma aparente regressão e a vulnerabilidade destas espécies. O acompanhamento destas populações será pois fundamental para reverter uma eventual situação de decréscimo populacional dos morcegos nas ilhas.
Com o Plano “Mais endémicas - plantar o futuro” pretende-se também incentivar o voluntariado para as temáticas ambientais. Assim, a par das ações que se têm desenvolvido em todas ilhas na área da conservação da flora com a recuperação de diversos habitats, como as diversas ações de voluntariado ambiental associadas à campanha regional “Um açoriano, uma planta endémica”, surge, com o projeto de inventariação e monitorização das espécies de morcegos, uma nova área de atuação nos Parques Naturais. O Governo Açores, através da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, continua a apostar na qualidade ambiental da Rede Regional de Áreas Protegidas de forma cada vez mais incisiva e abrangente.
GaCS
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