O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia disse hoje, na Horta, que o Governo dos Açores "tem estado a avaliar" junto de várias associações de pesca da Região a criação de "um período de defeso, de um ou dois meses, para o goraz numa altura em que o animal esteja a desovar”.
Esta medida, segundo Fausto Brito e Abreu, “permitiria que houvesse peixe mais tarde, numa altura em que o valor em lota do goraz é mais alto”.
O Secretário Regional do Mar falava no final de uma reunião com a Associação de Produtores de Espécies Demersais dos Açores (APEDA), um encontro que serviu para os profissionais da pesca apresentarem as suas preocupações relacionadas com o setor.
A gestão de áreas marinhas protegidas e dos recursos pesqueiros, nomeadamente a gestão das pescarias do goraz, o aumento da fiscalização, a pesca turismo e a aquacultura foram alguns dos assuntos em análise nesta reunião.
No contexto da gestão de recursos, Fausto Brito e Abreu afirmou que foi também discutida a pesca lúdica, considerando que a regulamentação desta atividade deve ser revista.
O Secretário Regional salientou ainda que, durante o encontro, “a APEDA pediu mais fiscalização das nossas zonas de interdição de pesca e apresentou propostas para a diversificação económica da comunidade piscatória”, apontando como exemplos a pesca turismo e a aquacultura, “áreas em que a associação tem alguns projetos”.
Outro dos temas abordados foi a formação de pescadores, “uma área prioritária para o Governo Regional”, segundo Brito e Abreu.
“Este ano o Governo vai investir mais na formação e a APEDA deu-nos algumas ideias de como alterar o currículo de cursos de formação de pescador de forma a serem atualizados, permitindo que os pescadores tirem melhor rendimento do pescado que apanham”, referiu.
Na reunião esteve também em análise o impacto do boto, uma espécie de golfinho, nas pescarias, salientando os profissionais da pesca que este animal aprendeu que há peixe na ponta do anzol quando os pescadores estão a puxar o palangre e roubam esse peixe.
“É necessário termos um dispositivo que crie um som que seja desagradável aos golfinhos, mas não demasiado prejudicial, para evitar que roubem o peixe aos pescadores”, afirmou Fausto Brito e Abreu, que desafiou a comunidade científica dos Açores a “encontrar uma solução para esse problema”.
O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou que a reunião com a APEDA foi “útil”, considerando que esta associação, criada em 2002 e com cerca de 50 pescadores e armadores associados, “é muito dinâmica e apresenta várias ideias e projetos”.
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GaCS
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