terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Análises confirmam surto de DHV na população de coelhos-bravos de três ilhas

Os resultados das análises realizadas pelo Laboratório Regional de Veterinária e pelo CIBIO/Universidade do Porto às amostras recolhidas nas Flores, em S. Jorge e na Terceira confirmam a presença da nova estirpe da Doença Hemorrágica Viral (DHV) nas populações de coelho-bravo destas ilhas dos Açores.

Assim, a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente vai manter a proibição de qualquer ato venatório decidida preventivamente no início deste ano para as ilhas das Flores e São Jorge devido ao surgimento de um significativo número de coelhos bravos mortos.

Na sequência dos resultados laboratoriais, confirmados pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), hoje entregues à Direção Regional dos Recursos Florestais, e apesar do número de coelhos mortos recolhidos até à data ser consideravelmente menor, comparativamente aos verificados nas restantes ilhas afetadas, é também determinada a interdição da caça na ilha Terceira.

Entre 2 e 19 de janeiro foram recolhidos 2.780 coelhos mortos na ilha das Flores, 1.333 em S. Jorge e 80 na Terceira.

Na ilha das Flores, os Serviços Florestais têm contado com a colaboração da população, da Câmara Municipal das Lajes, das juntas de freguesia de Ponta Delgada e Caveira e dos serviços operativos do Desenvolvimento Agrário, das Obras Públicas e do Ambiente.

Em S. Jorge, a população também tem colaborado com a entrega de coelhos aos Serviços Florestais que estão a atuar no terreno com a colaboração do Serviço de Desenvolvimento Agrário.

Os serviços das direções regionais dos Recursos Florestais e da Agricultura mantêm em curso iniciativas destinadas a informar a população sobre os comportamentos a adotar para impedir a disseminação do vírus, nomeadamente avisar de imediato os Serviços Florestais dos locais da presença de coelhos mortos, prevenir a disseminação para os coelhos domésticos e promover a desinfeção de calçado, vestuário, ferramentas e interior das viaturas, no caso de contacto com coelhos infetados.

A implementação destas iniciativas tem permitido uma evolução positiva na contenção dos efeitos do surto da virose hemorrágica detetado em dezembro de 2014 na ilha Graciosa, onde se mantém a proibição de caça.

A colocação de editais informativos em locais públicos, como portos e aeroportos, proibindo o trânsito de coelhos e seus derivados para o restante arquipélago é outra das medidas tomadas, bem como a interdição da saída de cães de caça, para efeitos venatórios, das ilhas onde a DHV está confirmada para as restantes ilhas.

Esta doença, apesar de muito contagiosa para os coelhos (bravos e domésticos), não é de modo algum transmissível aos seres humanos ou a outras espécies animais, mas considera-se prudente que não sejam consumidos coelhos eventualmente infetados.



GaCS

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