quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Governo, pescadores e armadores vão fazer o ponto da situação das pescas açorianas




Carlos César revelou esta tarde que o Governo Regional, a Cooperativa Porto de Abrigo e representantes de pescadores e armadores vão trabalhar, em conjunto, durante os próximos trinta dias, num documento que faça o ponto da situação e uma análise prospectiva no sector das pescas.

“Um ponto de situação em que fiquem claros as medidas e os apoios que temos neste momento; em que também seja claro o que é que é preciso eliminar dessas medidas e desses apoios, por serem inúteis ou por não terem os efeitos desejados; e em que fique claro aquilo que se pretende alterar, face ao que já existe”, precisou o presidente do Governo.

Acrescentando que o documento a elaborar deve, igualmente, sugerir “que medidas novas devemos introduzir – no sentido de melhorar a actividade piscatória e de reforçar a sua atractividade” – Carlos César adiantou que, findos os trinta dias previstos para esse trabalho, “veremos aquilo que o Governo tem capacidade, ou não, de fazer.”

Tudo isso, frisou, “em benefício de um sector que é considerado, pelo Governo, essencial, porque nós fazemos uma aposta muito forte na produção de bens transaccionáveis, na produção destinada ao sector exportador e na ocupação do nosso mundo rural.”

O presidente do Governo, que falava no final de uma audiência que concedeu à Direcção da Cooperativa Porto de Abrigo, reiterou todo o empenho do seu executivo na resolução de todos os problemas que se têm verificado no sector das pescas, nomeadamente no que se refere à diminuição do rendimento da actividade.

Sobre essa questão, que se reveste de alguma complexidade, Carlos César revelou que, em 2009, a quantidade das capturas e o rendimento global da pesca diminuíram, apesar do aumento, em 6%, do preço médio do pescado em lota.

De facto, registou-se no ano passado, a nível da região, uma quebra no valor dos rendimentos da ordem dos 13%, correspondentes a cerca de 4,6 milhões de euros, sendo que, em S. Miguel, a diminuição do rendimento foi de 18%, correspondente a menos 3,1 milhões.

Sublinhando que, em 2009, havia mais pescadores do que em anos anteriores, o presidente do Governo lembrou que os diversos programas de apoio em vigor – como o Fundopesca, que passou de 260 para 472 euros por pescador e foi cumprido, rigorosamente, em tempo útil – contribuem para colmatar as perdas de rendimento num sector que tem vindo a ser apoiado na sua modernização, mas que se vê afectado por um factor que o Governo Regional, por si só, não domina, como é o caso da reconhecida falta de peixe.



GaCS/CT

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