segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Cimeira dos Arquipélagos da Macaronésia consagra comunhão política de vontades



O Subsecretário Regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa afirmou ontem, em Cabo Verde, que os Açores e o seu Governo, conscientes da “importância e significado profundo” de um “encontro histórico”, associam-se “com grande satisfação” à primeira Cimeira dos Arquipélagos da Macaronésia.

Rodrigo Oliveira falava, em representação do Presidente do Governo, Carlos César, na cidade de Mindelo, numa intervenção em que começou por recordar o “processo de aprofundamento das relações bilaterais de cooperação entre a Região Autónoma dos Açores e a República de Cabo Verde, no âmbito do qual, em 2008, “os dois Governos reafirmam solenemente “o interesse no estreitamento e aprofundamento das relações entre todos os arquipélagos da Macaronésia, bem como na criação de um mecanismo comum de acompanhamento da cooperação nessa área regional”.

Relembrando que "foi um açoriano, o historiador e humanista Gaspar Frutuoso”, que legou “um primeiro e importantíssimo repositório da História, dos usos e costumes, da fauna, flora e geografia dos quatro arquipélagos atlânticos” o subsecretário regional salientou “a inegável importância geoestratégica e económica que cedo revestiram no espaço atlântico europeu e que hoje ainda mantêm”.

Além de terem constituído, efectivamente, “os pilares atlânticos da primeira globalização”, o progresso das comunicações e das tecnologias “não retirou protagonismo, antes acentuou em diversas e novas dimensões, a importância deste corredor marítimo transatlântico” e, “agora como então, as ilhas procuram tirar partido das suas condições naturais, no desenvolvimento do sector do turismo, na promoção de uma agricultura e agro-pecuária de qualidade e especializada nas áreas em que têm maior vocação ou, ainda, na regulamentação cuidada de uma pesca tradicional e precaucionária”.

Reafirmando, também, que as 28 ilhas da Macaronésia são “repositórios únicos de biodiversidade e espaços políticos autónomos, empenhados em políticas de preservação ambiental e de desenvolvimento sustentável”, o governante açoriano defendeu que “a inserção e vocação atlântica dos arquipélagos lega-nos a relação fundamental e intrínseca com o Mar, no qual buscamos, hoje, novas ideias para a sua utilização adequada e concertada e em todas as vertentes”.


Referindo-se à Cimeira, que reuniu os Governos de Cabo Verde, Açores, Madeira, Canárias, Portugal e Espanha, Rodrigo Oliveira realçou que a História e pertença a um mesmo espaço biogeográfico, consubstanciam-se, actualmente, na “afectividade entre os povos e num conjunto de interesses comuns”, defendendo “a identificação de potencialidades e a partilha de conhecimento”, como “alicerces de um futuro, não só de maior proximidade, mas acima de tudo de aproveitamento de sinergias para progresso e bem-estar dos arquipélagos da Macaronésia”.

Os quatro arquipélagos da Macaronésia, distantes dos centros de maior dinâmica económica, gerindo os sobrecustos e as dificuldades da sua dispersão e isolamento, defendem, assim, o aprofundamento da cooperação consubstanciado “na partilha de experiências, na identificação de interesses comuns e no planeamento de posições e acções em parceria” como “uma dimensão essencial da dinâmica do seu desenvolvimento económico e empresarial, na protecção ambiental e desenvolvimento sustentado, na investigação e novas tecnologias e, acima de tudo, para o desenvolvimento do nosso maior valor:- o capital humano e cultural, as gentes da Macaronésia”.

“Com a realização e instituição da Cimeira dos Arquipélagos da Macaronésia, retomamos hoje a História e consagramos a amizade, através de uma comunhão política de vontades”, afirmou, a terminar, o subsecretario regional do Governo açoriano, que salientou “o carácter lutador e empreendedor dos povos” dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde”, bem como “o imenso orgulho” que têm em serem “insulares atlânticos”.

“É tempo, pois, de trabalharmos, com entusiasmo, para consagrarmos a vocação e inspiração idílica da Macaronésia: - a de Ilhas Afortunadas” – concluiu Rodrigo Oliveira, numa sessão em que tomaram a palavra, também, o Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luis Amado, o Vice-Presidente do Governo Espanhol, Manuel Chavez, o Presidente do Governo das Canárias, Paulino Rivero e o Secretário Regional da Educação do Governo da Madeira, Francisco Fernandes.



GaCS/GSsRAECE

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