terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Avelino Meneses afirma que a defesa do património angrense decorre da "valorização pública na nossa história"

O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou, em Angra do Heroísmo, que a defesa do património desta cidade da ilha Terceira “decorre da valorização pública da nossa história”.

Avelino Meneses, que falava segunda-feira numa sessão pública promovida pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira, salientou que a defesa de Angra do Heroísmo “requer também o impedimento de todas as malfeitorias que poderiam aos poucos abastardar e mesmo matar uma cidade que, ainda assim, tem sabido resistir”.

“A defesa de Angra do Heroísmo requer ainda mais resguardo para que, por falta de manutenção e de investimento, não incorra em decadência como já sucedeu no passado”, frisou, numa intervenção nesta sessão em que esteve em análise o decreto legislativo regional sobre o regime jurídico de proteção e valorização do património móvel e imóvel.

Para o Secretário Regional da Educação e Cultura, se “os poderes públicos nem sempre exerceram o zelo mais indispensável, há que necessariamente converter os cidadãos em guardas do templo”.

Avelino Meneses considerou que esse é “o melhor caminho para garantir a preservação e a continuidade do património angrense”, cuja “riqueza do traçado e do recheio, que nos chegou relativamente intacta” faz sobressair a cidade de Angra do Heroísmo como o "conjunto urbano mais precioso dos Açores”.

O Secretário Regional recordou que o decreto legislativo aprovado pelo Parlamento regional em dezembro visa a adequação da legislação, já com uma década, “muito determinada pelo processo de reconstrução da Angra do Heroísmo após o sismo de 1980 e muito tributária das doutrinas tradicionais de intervenção patrimonial”, quer às cartas, recomendações e convenções internacionais definidas pelo ICOMOS e adotadas pela UNESCO.

Também por estas razões, considerou que a principal estratégia, principalmente em conjuntos arquitetónicos mais valiosos, “não reside tanto na realização de obras, reside muito mais na conservação e na manutenção dos edifícios”.

“A principal preocupação assenta na conciliação da tradição com a modernidade, para que o povo não seja um inimigo do património, já que tem de ser o seu principal defensor, para que o património não seja tido como um incómodo, antes como uma mais valia para os cidadãos e para a comunidade”, afirmou Avelino Meneses.

Anexos:
2015.01.13-SREC-ConferênciaInstitutoHistórico.mp3

GaCS

Sem comentários: