O Presidente do Governo dos Açores disse esta tarde considerar que “nestas últimas semanas os industriais, em geral, fizeram um esforço muito significativo no sentido de valorizar a produção, de melhor remunerar e de assegurar um rendimento que era reclamado.”
Carlos César, que falava após uma audiência que concedeu à Direcção da Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL), acrescentou que “este esforço não pode deixar de ser considerado muito positivo, e com consequências positivas ao nível da produção, e eu julgo que a Federação Agrícola dos Açores e os seus principais responsáveis – que também têm colaborado intimamente connosco neste esforço de concertação – apreciam esta posição que a indústria, nestas últimas semanas, desenvolveu em relação à questão dos preços.”
Para o governante, “estamos numa fase em que é perceptível o esforço que a indústria está a fazer, que o está a fazer no limite das suas possibilidades e perante custos que, em geral, não têm tido uma evolução favorável para a actividade da transformação.”
Realçando ser importante continuar a trabalhar nesse sentido, Carlos César reiterou a disponibilidade do Governo para analisar aspectos que tenham a ver com o alívio de algumas componentes dos custos da actividade industrial, e disse haver áreas onde o Governo pode continuar a ajudar.
Recordou, a propósito, que o Governo Regional já ajuda, do ponto de vista do investimento, na modernização das infra-estruturas industriais a um nível muito superior àquele que é praticado no resto do país, que os Açores têm também uma realidade fiscal diferenciada e que o executivo pode voltar a verificar alguns benefícios relativos aos custos energéticos, designadamente de combustíveis que envolvem a actividade industrial.
“Ou seja, nós podemos, de várias formas, ajudar o sector da indústria a melhorar o seu desempenho e, por via disso, a reforçar também a sua relação remuneradora do sector da produção”, acentuou o Presidente do Governo.
Dando relevo à importância do encontro que acabara de ter com os representantes da ANIL, o governante manifestou-se convicto de estarem criadas “condições para que, numa relação de compreensão entre as duas faces desta mesma moeda, que são a produção e a transformação, se consiga um melhor desempenho para ambas.”
No entanto, Carlos César disse que “não é bom ignorar que, quer a produção, mas especialmente o sector da transformação, estão muito condicionados, neste momento, pelo enquadramento comercial dos seus produtos e, sobretudo, pela acção das grandes superfícies, que condicionam fortemente o desempenho do sector da indústria e da produção.”
Como sublinhou, “aí é importante um esforço maior de regulação, que, infelizmente, não é da competência nem das atribuições do Governo Regional, mas que pode, e deve ser, da competência das autoridades nacionais e europeias, porque há que prestar atenção a este elo da cadeia económica que está a funcionar um pouco fora das regras e da regulação mais apertada que é imposta aos outros sectores.”
GaCS/CT
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