segunda-feira, 30 de novembro de 2009

LANÇAMENTO AMANHÃ Património subterrâneo dos Açores reunido em CD






É com o título “Buracos de Lava” que o Grupo para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores e “Os Montanheiros” apresentam o mais recente trabalho sobre as diferentes cavidades vulcânicas existentes no arquipélago.


Tem formato CD com conteúdos informativos e didácticos.

Trata-se de uma compilação de dados que foram reunidos nos últimos quatro anos pelo Grupo para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores (GESPEA), do qual a sociedade de exploração “Os Montanheiros”, sedeada em Angra do Heroísmo, é membro activo, que deverá estar disponível ao público a partir de amanhã, 1 de Dezembro, dia do lançamento oficial do projecto em CD áudio multimédia intitulado “Buracos de Lava”.


Em declarações ao nosso jornal, o presidente de “Os Montanheiros” revela que esta iniciativa pretende fazer o retrato actual daquilo que é o património subterrâneo das nossas ilhas, com componentes de carácter informativo e didáctico de modo a alcançar diferentes camadas de público.


“ [O CD] Está dividido em várias partes e o seu conteúdo fala desde a formação de grutas e algares à fauna e flora associada às cavidades vulcânicas. Contém ainda uma galeria com fotografias de grande qualidade e beleza e jogos a pensar nas crianças das escolas”, explica Paulo Barcelos, em traços gerais, referindo que a elaboração desse trabalho visa também acompanhar uma exposição fotográfica itinerante que encontra-se a circular pelos Açores.


Para já, os mil exemplares foram editados em língua portuguesa, mas o seu promotor adianta que a versão em inglês estará também à venda brevemente nas lojas do comércio de toda a região e ‘online’ no site da internet de “Os Montanheiros”.


A apresentação de “Buracos de Lava” integra-se no programa das comemorações do 46º aniversário de “Os Montanheiros”, que terá lugar no edifício da sede, amanhã à noite.



Com início às 8h00, as actividades festivas arrancam com alvorada a cargo da “Fanfarra Operária” e “Filarmónica Recreio dos Artistas”, seguindo-se a Missa solene por alma dos sócios falecidos, na Igreja da Sé.




À tarde, a partir das 14h30, está prevista a abertura do Algar do Carvão ao público, começando uma hora depois a 4ª Grande Corrida “Degraus do Algar do Carvão”.




A entrega de prémios aos vencedores das provas que decorreram durante a época está marcada às 20h30.



Hoje, o programa prevê a abertura do Museu Vulcanoespeleológico Machado Fagundes, a partir das 20h00, seguindo-se às 21h00 o lançamento do livro "Darwin nos Açores" apresentado por José Nuno Pereira e a comunicação "Darwin nos Açores? Sim, e depois?", por João Paulo Constância.


Obras na sede

Para dar uma resposta mais eficaz às iniciativas de âmbito cultural promovidas pelos “Os Montanheiros”, os seus responsáveis decidiram avançar com obras de remodelação no edifício da sede no sentido de adaptar o primeiro andar a sala de formação e galeria.



“A nossa sala actual não é a mais adequada e, por isso, pretendemos criar as devidas condições para a realização de palestras, apresentação de livros e CD’s e exposições, não só para disponibilizar à própria associação mas também a outras interessadas em utilizar o espaço para dinamizá-lo”, adianta Paulo Barcelos.



Segundo o dirigente associativo, o plano de actividades de 2010, ainda em fase de estruturação, terá este projecto como o grande empreendimento do ano devendo “consumir boa parte dos recursos da associação”, e, por isso, serão solicitados alguns apoios financeiros.



Neste contexto, não menos importante será o projecto de reestruturação da gestão de algumas estruturas da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, nomeadamente as Ecotecas e a Gruta das Torres, da ilha do Pico. Assim, revela, a partir de Janeiro de 2010, provavelmente, a gestão vai passar de “Os Montanheiros” para a tutela. Uma medida considerada “positiva” por Paulo Barcelos.




“Essa aproximação da gestão integrada pode dar uma dinâmica diferente e interessante”, afirma, frisando ser mais importante, acima de tudo, a continuidade do trabalho em prol da educação ambiental.



“Durante o tempo em que a nossa e outras associações asseguraram as Ecotecas houve um trabalho produtivo a nível de educação ambiental. Esperemos que seja mantido o fio condutor”, diz.



De resto, Paulo Barcelos assegura manter o conceito da associação durante os próximos 12 meses do ano, salientando o apoio prestado regularmente às entidades públicas, quando solicitados.



Deverá manter ainda a abertura do Algar do Carvão e Gruta do Natal e o Museu Espeleológico, tendo em conta que se tratam de “projectos próprios”.



“Vamos fazer mais formações de fotografia, apostar na versão em línguas estrangeiras de publicações nossas, e, em princípio, publicar um livro sobre a geologia dos Açores”, destaca.



O plano de actividades contempla também os habituais 10 passeios pedestres calendarizados ao longo do ano, abertos ao público, e as provas desportivas e recreativas realizadas em parceria com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e Culturangra, das quais fazer parte as modalidades de orientação natural e urbana, escalada, BTT, natação e provavelmente apostar na formação de parapente.

Actividade incessante

Actualmente, a sociedade “Os Montanheiros” regista mais de um milhar de sócios, de dentro e fora dos Açores, trabalhando em regime de voluntariado.



Fundada em 1963, a organização não governamental de Ambiente, de utilidade pública, mantém actividade de âmbito regional, desenvolvendo-se pelas nove ilhas dos Açores, sendo que possuem desde 2004 um Núcleo na ilha do Pico e desde 2006 outro na ilha de S. Jorge.


É das mais antigas em Portugal dentro da sua área de actuação, destacando-se a inventariação, exploração, estudo e conservação das cavidades vulcânicas nos Açores, e ainda a valorização, promoção e gestão de recursos naturais.




Fonte: A União

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