sábado, 9 de janeiro de 2010

Carlos César considera que as novas instalações do DOP qualificam a Universidade, mas são também um desafio


“Um marco de betão e aço que, na firmeza dos seus materiais, alicerça igualmente a firmeza do compromisso assumido pelo Governo dos Açores na resolução definitiva dos problemas que rodearam a instalação dos campos universitários do Faial e da Terceira.”

Foi assim que o presidente do Governo dos Açores qualificou as novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas, esta tarde inauguradas na cidade da Horta, “um acontecimento que muito valoriza os Açores e o País e que reconfirma a ligação fecunda desta área do arquipélago ao conhecimento, à economia e aos assuntos do Mar”, como também disse

Considerando que, com esta inauguração, se depara à Universidade dos Açores o grande desafio de aproveitar as enormes potencialidades que a nova infra-estrutura proporciona, Carlos César manifestou a sua confiança nas capacidades da instituição, antevendo o nascimento, na Horta, de um pólo de excelência ligado às tecnologias do mar profundo, mercê dos saberes e do prestígio já consolidados do DOP, bem como do empreendedorismo dos seus docentes e bolseiros.

Para além das suas fontes hidrotermais – em cujo estudo o DOP pode e tem de estar implicado – os mares dos Açores encerram o que qualificou de “assombrosa riqueza em recursos com potencial valor económico, científico e cultural”, pelo que considerou que “o potencial de desenvolvimento que esses recursos representam precisa de ser rapidamente apropriado pelos açorianos, sob pena de outros o fazerem.”

E, para o presidente do Governo, não se trata apenas da questão das pescas. “Trata-se, também, da defesa do princípio de que os recursos biológicos marítimos são um bem público que deve ser usufruído com protecção face a potências e actividades depredadoras.”

Para Carlos César, é igualmente importante aproveitar o enorme potencial para as actividades de lazer, razão pela qual o Governo tem apoiado iniciativas “que permitam aos pescadores entrar no mercado marítimo-turístico e promover o aparecimento de uma fileira de valor que integre essas actividades com a observação de cetáceos, os desportos náuticos e as actividades de lazer ligadas à fruição do mar.”

A qualificação dos recursos humanos suscitou ao governante a advertência de que “não podemos continuar a depender de outros na formação e certificação dos nossos recursos humanos ligados ao mar”, defendendo por isso a ideia de que a Hora e o DOP estão, naturalmente, na linha da frente da resposta a esse desafio, para o que podem contar com todo o apoio do Governo.

“Agora que em matéria de instalações estão reunidas as condições para que o DOP se consolide e cresça, chegou o momento da Universidade dos Açores assumir, de forma descomplexada, o lugar que também aqui no Faial e nas ciências do mar lhe cabe enquanto instituição de elite capaz de colaborar com o Governo dos Açores no desenvolvimento das nossas ilhas – neste caso, na tarefa difícil, mas irrecusável, de criar as condições materiais e, acima de tudo, humanas, para que os açorianos possam ocupar o seu mar, retirando dele o melhor proveito e cuidando para que cuidem dele”, concluiu Carlos César.

As novas instalações do DOP custaram cerca de 6,2 milhões de euros, dos quais 5 milhões foram financiados directamente pelo Governo da Região.



GaCS/CT

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