O Presidente do Governo dos Açores recordou ontem que já foram investidos, na última década, mais de cinquenta milhões de euros no Porto da Praia da Vitória, mas que o investimento vai prosseguir.
Como precisou Carlos César, a intenção é a de que aquele porto “se capacite progressivamente e se afigure, na estrutura portuária regional, como uma estrutura competitiva, designadamente nas duas grandes áreas a que está reservada: a das cargas e a dos combustíveis.”
O governante, que falava no final de uma reunião do Conselho do Governo com o Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Monteiro – a sexta de um total de nove reuniões com as câmaras de S. Miguel, Terceira e Faial, ilhas onde o executivo não realiza visitas estatutárias anuais –, revelou que no encontro foi também abordado o impacto económico e social da Base das Lajes.
Revelando que a Base tem, neste momento, 811 trabalhadores ao seu serviço – mais quinze do que em 2009 e mais cinquenta e quatro do que quando entrou para o Governo, em 1996 – considerou que aquela infra-estrutura militar conserva ainda “uma força de trabalho muito significativa e com grande influência no rendimento das pessoas e nos negócios que são realizados na ilha.”
No entanto, Carlos César aludiu a “problemas que vão exigir uma atenção e uma cumplicidade muito forte entre a Câmara Municipal e o Governo Regional, seja em alguns aspectos relacionados com o abastecimento de água, seja em outros que envolvem uma negociação sempre complexa, quer com a parte americana, quer com o comando português.”
Para além da discussão sobre o porto e a Base, que o Presidente do Governo qualificou de infra-estruturas importantíssimas para o concelho da Praia da Vitória e para a região, muitos outros assuntos foram debatidos nesta reunião, a começar pelo conjunto de investimentos para os quais a Câmara tem convocado o executivo.
Um desses investimentos é o do futuro Parque Empresarial da Boavista, projecto a que o Governo pretende dar início nesta legislatura, e outro será o do acréscimo de cooperação financeira para o pleno aproveitamento da Academia da Juventude e das Artes.
As situações decorrentes das calamidades de há um ano foram minuciosamente analisadas nesta reunião, com particular ênfase nos problemas habitacionais e consequentes realojamentos, tendo Carlos César assinalado que os apoios sociais concedidos a famílias afectadas totalizaram mais de seiscentos mil euros.
Em paralelo, decorrem já, ou estão planeadas para breve, intervenções em ribeiras, sistemas de retenção de águas, caminhos agrícolas, pontes e outras estruturas ou áreas que garantam maior prevenção em caso de cheias.
Apoios ao combate às térmitas na Praia da Vitória e o investimento de cerca de um milhão de euros na recuperação do caminho do Juncal, actualmente em mau estado, foram duas outras decisões de que o Presidente do Governo deu conta.
No sector agrícola referiu que estão já concluídas todas as recuperações de explorações afectadas pelos temporais de há um ano e que foi decidido intervir em 5,6 quilómetros de caminhos agrícolas, rurais e florestais, tendo sido ainda deliberado intervir no abastecimento de água e na electrificação de explorações agrícolas.
No âmbito social, destacou importantes investimentos, como o da requalificação do Lar D. Pedro V, a construção de um pequeno lar em São Brás, no valor de mais de um milhão de euros, e do Centro Social de Santa Rita, com uma creche incluída, obra que também ultrapassa o milhão de euros.
“Esta reunião foi muito importante, não só por estas correcções que nos permitiram fazer em função da informação recebida, mas também pela consciência de que o investimento que está a ser feito cumpre aquilo que decorre do programa do Governo e, em alguns casos, excederá aquilo com que nos tínhamos comprometido para esta legislatura”, concluiu o Presidente do Governo.
GaCS/CT
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