O Presidente do Governo dos Açores fez hoje questão de lembrar que “toda a despesa pública per capita nos Açores – incluindo a despesa do Estado, a despesa da Região e a despesa em fundos comunitários europeus – é inferior à despesa média por português do continente.”
Acentuando a afirmação, Carlos César precisou que “com ou sem autonomia, toda a despesa pública nos Açores per capita é inferior àquela que existe por cada português no continente e, portanto, ninguém está a fazer uma discriminação positiva amoral dos Açores.”
Bem pelo contrário, como também sublinhou, “neste caso, se nos colocarmos neste plano estatístico, somos nós até que estamos prestando solidariedade nacional.”
Sustentando que “há que colocar as coisas nos seus lugares”, o Presidente do Governo aludiu também ao prestígio e ao valor acrescentado que os Açores, ao longo da sua história, têm trazido ao país, revelando que, por exemplo, decorre nas Nações Unidas um processo iniciado pela Região com vista à classificação da zona continental portuguesa, mercê da Zona Económica Exclusiva dos Açores.
“Essa possibilidade do nosso país ver aumentado o seu território corresponde, também, a uma perspectiva e a um potencial de riqueza futura enorme que pode trazer grande sustentabilidade ao desenvolvimento nacional”, frisou.
Para Carlos César, “nós estamos todos no mesmo território, estamos todos no mesmo barco, e é natural que todos – mas cada um à sua maneira – façam o melhor possível para que os cidadãos tenham uma vida melhor.”
O Presidente do Governo, que falava à margem de uma audiência que concedeu ao Presidente e outros membros do Conselho de Ilha da Terceira, garantiu que “a grosseria e a falta de urbanidade de alguns políticos e de alguns comentadores”, sobre a questão da remuneração compensatória, “ofendem-nos por vezes, mas não nos demovem dos nossos princípios e das nossas obrigações.”
Outrossim, disse achar “extraordinário que se considere imoral o Governo apoiar um conjunto de famílias e esses mesmos comentadores – particularmente de alguns sectores – não considerem, por exemplo, imoral que o Governo regional da Madeira gaste, por ano, quatro milhões de euros num jornal que lhe faz publicidade, que é o Jornal da Madeira.”
Como acrescentou, “isso parece não ser importante para o país discutir, mas parece muito importante para o país discutir a natureza de um apoio a um conjunto de famílias e a um conjunto de trabalhadores que se dá nos Açores.”
GaCS/CT
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