Texto integral da intervenção do Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, proferida hoje, em Santa Cruz da Graciosa, na cerimónia de inauguração do novo edifício do Museu da Graciosa:
“Inaugurámos hoje estas novas instalações do Museu da Graciosa, que constituem um elemento de significativa valorização para o património da Vila de Santa Cruz e para a memoração e dinâmica cultural da Ilha Graciosa e dos Açores.
O Museu da Graciosa, criado em 1977, passa a integrar, com outro valor, a nossa rede de museus de ilha, agregando o património rico e plural do território que representa e dando conta das representações que contribuam para a história local e regional.
Estamos, ainda, no que se refere à rede regional de museus de ilha, carecidos de muitos melhoramentos como este, não só ao nível dos respectivos imóveis como dos projectos expositivos, mas temos progredido e contado também com a colaboração inventiva dos nossos técnicos e amigos dos museus.
De Santa Maria ao outro extremo do arquipélago temos acções em curso ou planeadas, por exemplo no Museu das Flores, onde ocorrerá muito em breve, após a conclusão de obras de reparação da cobertura do Convento de S. Boaventura, a instalação de uma exposição, que, fazendo uso das mais recentes técnicas e discursos museográficos, ilustrará as vivências e o papel da ilha das Flores nos circuitos da navegação marítima no Atlântico Norte. Também nas Flores está em curso a elaboração do projecto museográfico destinado à recentemente recuperada antiga Fábrica da Baleia do Boqueirão.
Na ilha do Faial decorrem obras de reabilitação da denominada Casa Manuel de Arriaga, que estimamos poder abrir ao público durante o segundo semestre do próximo ano de 2011, invocando a personalidade de Manuel de Arriaga e revisitando os ideais e valores republicanos de que foi influente protagonista.
Na ilha do Pico, concluída que foi, recentemente, a requalificação do espaço exterior do Museu da Indústria Baleeira na vila de S. Roque, já está a ser feito o projecto de ampliação do Museu dos Baleeiros e, em simultâneo, no Museu do Vinho, a montagem de um projecto museográfico explicativo da produção, comercialização e promoção do vinho verdelho do Pico.
Na ilha de S. Jorge pretendemos instalar o Museu Francisco Lacerda num novo imóvel, mais adequado e compatível com a sua missão, esperando poder, pelo menos, determinar a sua localização e, se possível, iniciar as diligências para o seu projecto de arquitectura nesta legislatura.
No Museu de Angra do Heroísmo decorre, por sua vez, a execução de um importante projecto que requalifica, por completo, a exposição central desta instituição – “Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico” –, com uma área de cerca de 500 metros quadrados.
Na ilha de S. Miguel foi inaugurado, em Maio último, o núcleo do Recolhimento de Santa Bárbara, obra que há muito se desejava concluída. Agora, estamos a iniciar a elaboração do projecto de requalificação do edifício do convento de Santo André, onde será instalado o principal núcleo expositivo do Museu Carlos Machado.
Na ilha de Santa Maria, estamos a adquirir três imóveis na zona histórica de Vila do Porto, de modo a instalarmos mais áreas para além da existente em Santo Espírito.
Hoje foi a vez da Graciosa, numa obra da qual nos podemos orgulhar. Esta intervenção arquitectónica, para além de requalificar o edifício pré-existente e ampliar as áreas administrativa e de acolhimento, de exposição permanente e temporária e de serviço educativo, honra o centro histórico, promovendo, na malha urbana, um diálogo conceptual equilibrado e marcante da nossa contemporaneidade. Nesta obra, bem como na museografia e mobiliário, investimos cerca de um milhão e meio de euros. Foram bem empregues.
Aliás, são felizmente muitos os benefícios e investimentos que vão transformando para melhor a ilha Graciosa, em conjugação com o esforço dos seus autarcas e dos seus cidadãos empreendedores. A sua estrutura portuária continua a ser modernizada, servindo progressivamente melhor o transporte de mercadorias e passageiros e actividades económicas como a pesca, e o mesmo acontecerá mais uma vez com o seu aeroporto. Os sectores agrícola e transformador, apesar das crises de mercados, melhoraram em qualidade e produção. O turismo, que cresceu muito na ilha, passou a ser servido por uma moderna e atractiva unidade hoteleira. Problemas ambientais, como o dos resíduos, vão ter uma resolução definitiva com a construção do Centro de Processamento de Resíduos, num investimento superior a seis milhões de euros. A escola básica e secundária está reabilitada, incluindo o ensino artístico a partir deste ano, e vai sendo melhorada no seu equipamento. A rede de apoio social continua a ser requalificada, quer em instalações de instituições como o lar de idosos de Santa Cruz, quer na construção prevista de uma creche, quer na construção do novo e bem equipado Centro de Saúde que custará mais de sete milhões de euros.
Este sentido de continuidade, aperfeiçoamento e progresso é excepcionalmente importante na época que vivemos, pois contraria a tendência para a estagnação e a renúncia típicas do percurso intermédio de crises económicas e financeiras como as que se atravessam na actualidade. E ainda é mais importante quando este impulso realizador ocorre num espaço e num mercado limitado como é o da Graciosa.
Dou, pois, os parabéns, aos graciosenses, por este dia e por mais este momento inaugural. Estamos todos, afinal, na nossa Região, com motivos de congratulação, pois o que se faz na Graciosa e serve os graciosenses favorece os Açores e é bom para os Açorianos. E no que me diz respeito, alegra-me ainda poder dizer, uma vez mais: “compromisso assumido, compromisso cumprido”.
Obrigado.”
GaCS/CT
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