O Presidente do Governo dos Açores presidiu hoje à cerimónia de inauguração do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo.
Na ocasião, Carlos César demonstrou a sua satisfação por “este momento realizador que simboliza um avanço muito importante na nossa capacidade nos Açores de prestação de serviço social. A inauguração deste Centro de Actividade Ocupacionais para pessoas com deficiências corresponde à realização duma aspiração antiga, de uma necessidade também de há muito tempo, e é por isso que temos a redobrada satisfação de não só termos um novo equipamento, de não só evidenciarmos a nossa capacidade e o nosso empenho na ampliação dos nossos serviços de apoio social como também de finalmente responder a uma necessidade que urgia colmatar”.
O Centro de Actividades Ocupacionais de Vila Franca do Campo tem capacidade para acolher 50 utentes e conta como principais equipamentos, uma piscina de hidroterapia e uma sala de estimulação sensorial.
A piscina de hidroterapia, visa contribuir para a reabilitação física, mental e psico-social de pessoas que apresentem diferentes limitações, entre as quais, paralisia cerebral, lesões neuromotoras, atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, Síndrome de Down e alterações posturais. A sala de estimulação sensorial tem como objectivo proporcionar relaxamento e um grande número de estímulos sensoriais, desde efeitos de música, sons, luz, estimulação táctil e aromas.
A estrutura contempla ainda, uma cozinha industrial e uma lavandaria que servirá todo o concelho de Vila Franca do Campo, bem como outras infra-estruturas e valências da Santa Casa da Misericórdia no que concerne ao apoio domiciliário.
Trata-se de um investimento financiado pelo Governo da Região em 3 milhões e oitocentos mil de euros que permitirá aos jovens portadores de deficiência permanecerem na sua localidade e junto das suas famílias.
Carlos César realçou a circunstância desta inauguração ocorrer no dia em que se comemora o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência “porque o facto de hoje darmos um passo em frente e realizarmos este avanço possa servir de estímulo e de chamada de atenção para aquilo que temos a fazer por estes Açores fora e por estas nove ilhas. Este momento este dia devem servir para despertar as nossas consciências e esta alegria de hoje não deve servir para esconder o inconformismo que devemos ter para realizar mais, para fazer melhor e para ter mais progresso nesta área como aliás em muitas outras”.
Para o Presidente do Governo, “esta é uma área muito sensível porque tem a ver com a dignidade das pessoas, com a igualdade na diferença e com a capacidade que os poderes públicos, os cidadãos, as famílias e todas as instituições podem ter para mobilizar e promover essa igualdade”.
Carlos César considera que a sua governação tem “ realizado alguns progressos, direi mesmo muitos progressos nesta área, desde que em 1999, por exemplo, iniciamos o processo de criação de uma escola verdadeiramente inclusiva, permitindo a integração, pela primeira vez no ensino regular, de crianças e jovens com necessidades educativas especiais. Temos aí de fazer um trabalho mais profundo, mais continuado, de tentar ter mais meios ao serviço desse trabalho, para que essas crianças tenham um acompanhamento e uma integração mais facilitada nesse meio novo”.
“Também criamos legislação orientada para o aumento da empregabilidade de pessoas com deficiência, não só na administração pública como no sector empresarial em geral, estamos a desenvolver ao nível de certo tipo de deficiências o aumento da acessibilidade em relação a espaços públicos e a equipamentos públicos”, acrescentou o Presidente do Governo, “temos hoje um conjunto de apoios especiais na área da cultura, do lazer, do desporto e, com a inauguração deste CAO, nós passamos a ter nos Açores quinze Centros de Actividades Ocupacionais, outros quinze centros de intervenção focalizada e especializada com recursos e serviços técnicos e logísticos diferenciados e também onze centros de atendimento, acompanhamento e orientação social”.
“Estes quarenta e um centros que nós temos distribuídos pelos Açores, apoiam um universo de mais de mil e seiscentas pessoas e correspondem a um financiamento anual do Governo Regional superior a 4,3 milhões de euros. É, portanto, um grande esforço e uma despesa bem empregue e que nós gostaríamos de ter certamente ainda mais recursos para prestar melhor e de forma mais ampliada este serviço”, afirmou Carlos César.
O Presidente do Governo aproveitou a oportunidade para anunciar que “vamos iniciar a construção do CAO da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande e que constituirá também um investimento muito relevante para aquele concelho e em especial para aquela cidade, e também, dependendo das nossas disponibilidades financeiras, contamos em 2011 iniciar a construção em Ponta Delgada de uma residência para pessoas portadoras de deficiência. E estamos também neste momento a realizar estudos destinados à criação do centro de paralisia cerebral e do centro comunitário de treino em actividades da vida diária que gostaríamos de iniciar o mais depressa possível”.
“Estamos, pois, a realizar alguns dos nossos compromissos mas sabemos que temos um grande caminho pela frente para percorrer, para recuperar de um défice histórico em valências desta natureza mas também para equiparar a nossa sociedade às capacidades instaladas em outras sociedades modernas e desenvolvidas”, concluiu Carlos César.
GaCS/SF/CT
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