O Presidente do Governo dos Açores insistiu hoje na ideia de que é preciso poupar para reinvestir no próprio sector em que essa poupança se verifica.
Referindo-se à Educação e à Saúde, revelou que 80% da despesa de funcionamento é absorvida por esses sectores, nos quais, acrescentou, “a boa gestão e a economia de meios – sem prejuízo da qualidade da prestação desses serviços – deve constituir sempre uma prioridade.”
Falando no final de uma audiência que concedeu ao líder do CDS-PP, Artur Lima – durante a qual foram analisados aspectos relacionados com o sector da Saúde – Carlos César disse ser sua convicção que é indispensável poupar para reinvestir.
“Ou seja, há um conjunto de procedimentos, de regras e de serviços cuja reestruturação deve ser empreendida de modo permanente, não prejudicando a qualidade do seu serviço – é certo – mas permitindo libertar recursos financeiros para que seja possível ampliar a nossa rede de cuidados primários, construir infra-estruturas e obter equipamentos que são essenciais á melhoria do sistema de saúde”, precisou.
Como fez questão de sublinhar, “para nós termos o tratamento oncológico nos Açores, para os doentes de cancro não terem de sair da região e terem aqui um centro de tratamento e poderem fazê-lo mais perto dos seus familiares, é preciso ter recursos financeiros, é preciso libertar recursos para que seja possível investir nisso, que é o que estamos a fazer.”
Para o governante, há que ser-se engenhoso, embora consciente, na adopção de medidas que permitam libertar recursos do sistema para reinvestir no próprio sistema, visto que não há recursos a mais ou suplementares que possam ser canalizados a partir de outras despesas na região.
“No caso da Saúde, penso que isso deve ser feito aproveitando a disponibilidade dos agentes políticos e dos partidos, como o CDS, que querem reflectir sobre esse tema, que entendem que ele é fundamental do ponto de vista do presente e da sustentabilidade futura nos Açores, com todos os partidos que o queiram também fazer e, naturalmente, com o contributo indispensável daqueles que estão na Saúde como agentes activos”, afirmou, acrescentando que os médicos, os enfermeiros, os técnicos de saúde em geral e os gestores, todos eles têm de reflectir sobre essa matéria.
“Eu também partilho da opinião do líder CDS-PP que não é aceitável que um profissional de saúde possa exercer represálias, durante o dia, a um doente, por não ter a prevenção à noite. Não. Temos de pôr ordem nessa matéria e os poderes públicos têm, evidentemente, de assumir as suas responsabilidades e não permitir que isso se verifique”, frisou o Presidente do Governo.
Para Carlos César, porém, “não é um comportamento num caso ou noutro que tipifica a classe médica. Nós temos médicos muito conscienciosos, médicos muito competentes, médicos que têm dado muito de si, para além das suas obrigações.”
Dizendo que não poderia ser de outra maneira, porque a profissão de médico é de grande nobreza e de grande apuro ético, realçou que aquilo que é, hoje, um médico nos Açores, corresponde a uma exigência muito grande a que a maior parte desses profissionais responde muito bem.
“Portanto, é com eles que temos de trabalhar”, reafirmou, fazendo notar, no entanto, que “ a nossa determinação é muito firme, no sentido de, como disse, obter no próprio sistema poupanças e adoptar medidas de racionalidade que permitam esse reinvestimento, melhorando os cuidados primários e melhorando a prestação de outros serviços que são também úteis, como, por exemplo, o tratamento do cancro nos Açores.”
GaCS/CT
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